A Polícia Civil de São Paulo prendeu oito pessoas nesta terça-feira (9) em uma ofensiva contra crimes financeiros digitais. A ação, conduzida pela 2ª Delegacia de Crimes Cibernéticos (DCCiber), cumpriu 12 mandados de prisão temporária e outros 12 de busca e apreensão em São Paulo, Campinas e Hortolândia. Batizada de Operação Azimut, a investida mobilizou mais de 40 agentes.
O alvo é um grupo criminoso acusado de operar um esquema de fraudes bancárias, movimentações irregulares e lavagem de dinheiro. As equipes continuam a analisar o material recolhido e trabalham para localizar os demais investigados, que já são considerados foragidos.
Segundo o delegado Maicon Richard, a investigação teve início após um furto mediante fraude contra uma empresa de meios de pagamento, que sofreu um prejuízo superior a R$ 19 milhões. A partir dos depoimentos e das informações reunidas, os investigadores chegaram a uma estrutura criminosa especializada em fraudes financeiras, empréstimos ilegais e na criação de empresas de fachada para ocultar a origem do dinheiro. Um escritório de contabilidade, de acordo com Richard, era responsável por montar parte dessas firmas usadas no esquema.
“Para se ter uma ideia, havia 15 empresas registradas no mesmo endereço, o que evidenciava uma fachada de legalidade e fragilidades no processo de abertura dessas companhias. Ainda há muito a ser esclarecido, mas consideramos a operação de hoje bastante exitosa”, afirmou o delegado.
Richard revelou ainda que uma das empresas ligadas ao grupo movimentou mais de R$ 6,8 bilhões em dois anos, conforme relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Ele destacou que o volume de documentos e equipamentos apreendidos deve reforçar as provas já reunidas ao longo da investigação.



