O governo de Santa Catarina confirmou, nesta segunda-feira (8), a morte de um casal e de um bebê de cinco meses após o carro em que estavam ser arrastado por uma enxurrada em Palhoça, na Grande Florianópolis. A tragédia ocorreu em meio aos efeitos do ciclone extratropical que desde domingo atinge Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, provocando destruição e mantendo as duas regiões em estado de alerta.
Em nota, o governador Jorginho Mello lamentou a fatalidade e reforçou o alerta para que moradores evitem circular em áreas alagadas ou com risco de deslizamento. “Recebi com enorme tristeza a notícia da morte de um casal e de um bebê em Palhoça. Minha solidariedade aos familiares e à comunidade. As forças de segurança já estão atuando nos locais de risco. Mas reforço o pedido: evitem áreas alagadas ou com sinais de desmoronamento e só saiam de casa em caso de extrema necessidade”, declarou.
A Defesa Civil catarinense informou que a chuva intensa persistiu ao longo do dia, sobretudo no litoral, onde foram registrados acumulados muito acima da média — que historicamente gira em torno de 130 mm para todo o mês de dezembro. Em apenas seis horas, Santo Amaro da Imperatriz superou 146 mm de precipitação. Palhoça registrou 130 mm, enquanto Biguaçu somou 111 mm e Florianópolis quase 90 mm. No oeste do estado, temporais isolados provocaram alagamentos, destelhamentos e transtornos nas rodovias.
Durante a tarde, novos avisos foram emitidos para municípios como Antônio Carlos, Biguaçu, Bombinhas, Camboriú, Governador Celso Ramos, Itajaí, Itapema, Porto Belo, São João Batista, Curitibanos e outros. Até o momento, não há balanço consolidado dos impactos mais recentes.
No Rio Grande do Sul, o município de Flores da Cunha foi o mais atingido. A passagem de um tornado deixou estragos em telhados e edificações e levou a Defesa Civil local a distribuir lonas, além de disponibilizar geradores, antena Starlink, motobomba e viaturas para apoio. Estimativas preliminares apontam ventos que ultrapassaram os 100 km/h.
Ciclone avança em direção ao mar
De acordo com os meteorologistas, o ciclone deve avançar para o oceano nas próximas horas, mas ainda influenciará a faixa litorânea. Há previsão de rajadas acima de 100 km/h e acumulados próximos a 100 mm na costa gaúcha, com intensidade um pouco menor no litoral catarinense. O mar deve permanecer agitado, com risco de ressaca pelo menos até quinta-feira, quando o sistema já estará mais distante do continente.
As defesas civis dos dois estados reiteram orientações para reduzir riscos durante o mau tempo: evitar deslocamentos durante tempestades, manter distância de estruturas vulneráveis ao vento — como árvores, postes, placas e muros — e jamais tentar atravessar áreas alagadas, pontes submersas ou vias com correnteza. Também recomendam atenção redobrada em encostas e regiões já mapeadas como susceptíveis a deslizamentos, além de suspender atividades náuticas, passeios na orla e banho de mar até a melhoria das condições climáticas.


