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Os 10 maiores sucessos de Noel Rosa

Hoje seria aniversário de um dos maiores nomes da música popular brasileira de todos os tempos: Noel Rosa. Para celebrar a vida e a obra do sambista, trouxemos uma lista com os seus 10 maiores sucessos. Aproveite!

Sobre Noel Rosa

O sambista, cantor, compositor e instrumentista Noel Rosa nasceu em 1910, no Rio de Janeiro, de um parto muito difícil e complicado, que incluiu o uso de fórceps (tipo de parto assistido, em que se usa um instrumento para ajudar a extrair o bebê)pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e do bebê. 

Além disso, Noel nasceu com hipoplasia mandibular, ou seja – teve o desenvolvimento da sua mandíbula limitado – o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia, bastante particular. Essa marca, na época da escola, lhe rendeu o apelido de “Queixinho”.

Autodidata, Noel Rosa aprendeu a tocar bandolim de ouvido ainda adolescente, tomando gosto pela música. Logo, passou ao violão e cedo se tornou uma figura conhecida da boemia carioca. Por ter nascido na Rua Teodoro da Silva, no bairro carioca de Vila Isabel, ficou conhecido como o “Poeta da Vila”.

O artista integrou vários grupos musicais, entre eles o Bando de Tangarás, a partir de 1929, ao lado de João de Barro (o Braguinha) – de quem Noel era amigo desde os tempos de escola – Almirante, Alvinho e Henrique Brito.

É dessa época, a única filmagem (abaixo) existente de Noel Rosa, onde ele aparece – em pé, à esquerda do vídeo, de chapéu e ao violão – com seus colegas do grupo Bando de Tangarás interpretando “Vamos Falá do Norte”, composição de Almirante (que é esse que aparece em pé e vem à frente, cantando no vídeo). 

Na filmagem, também estão Braguinha (sentado ao centro), Alvinho, Abelardo Braga e Henrique Brito.

A filmagem foi feita em 1929, no Estúdio Benedetti, no bairro do Catete, no Rio de Janeiro, e permaneceu desaparecida por décadas até seus negativos serem reencontrados por acaso, pelo cineasta carioca Alexandre Dias da Silva.

Ele estava em uma feira de rua em 1994,quando encontrou esse filme raríssimo — o curta-metragem “Vamo Falá do Norte”, de Paulo Benedetti, com texto de José Roberto Torero ecenas de cinejornais e filmes de 1929. Com essas imagens, Alexandre produziu o  

curta-metragem “O Cantor de Samba”.

Foi também em 1929 que Noel Rosa arriscou as suas primeiras composições – “Minha Viola” e “Festa no Céu” – ambas gravadas por ele mesmo. 

Noel foi então se revelando um talentoso cronista do cotidiano, com uma sequência de canções que primam pelo humor e pela veia crítica, sempre com muita irreverência. 

Mas foi em 1930 que o sucesso chegou, com o lançamento da canção “Com Que Roupa?”, um samba bem-humorado que sobreviveu décadas e hoje é um clássico do cancioneiro brasileiro. Noel tinha apenas 19 anos e o samba era somente sua terceira gravação como cantor e compositor.

1 – Com Que Roupa

Neste ano de 1930, quando a canção popular começou a se firmar e o samba passou a definir a linhagem autêntica como raiz própria e brasileira, Noel Rosa ganhou destaque e preferência entre os ouvintes de rádio e participantes do carnaval de rua do Rio de Janeiro. 

Sua música conquistava a todos pela autenticidade: falava de amor, de encontros e desencontros, do cotidiano. O Poeta da Vila teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no “asfalto”, ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época – fato de grande importância, não só para o samba, mas para a história da música popular brasileira.

Em 1931, Noel Rosa chegou a entrar para a Faculdade de Medicina – mas logo percebeu que gostava muito mais da vida de artista, em meio ao samba e à boemia – e largou os estudos para ser médico, para a nossa sorte!

Noel era boêmio, apaixonado pela noite, pela música, pelas mulheres e pela vida. O poeta se casou com Lindaura, mas mantinha casos extraconjugais com outras mulheres, uma delas foi Ceci, grande paixão do sambista, para quem ele compôs até a música: “A Dama do Cabaré”.

A esposa de Noel engravidou, mas perdeu o filho durante a gestação, portanto o artista não deixou filhos.  

O artistatambém foi protagonista de uma curiosa polêmica, por conta de sua rivalidade artística (e de galanteador) com o também sambista Wilson Batista, que surgiu no cenário musical quando Noel Rosa já tinha atingido o sucesso.

Os dois compositores se atacaram mutuamente em sambas agressivos e bem-humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como:

2 – Feitiço da Vila 

(parceria com Vadico)

3 – Palpite Infeliz

Além de canções de Wilson Batista como “Mocinho da Vila” e “Conversa Fiada”.

Compositor prolífico, Noel seguiu compondo e gravando dezenas de canções a cada ano, sozinho ou com seus diversos parceiros.

Eclético, o artista compôs rumbas, valsas, marchas e sambas, abordando uma grande variedade de temas, dentre os quais um merece destaque: o cotidiano. Noel Rosa é aclamado por muitos como o maior cronista da música brasileira. 

Infelizmente, Noel contraiu tuberculose e os médicos recomendam-lhe abandonar a vida boêmia e cuidar melhor de sua saúde. Atendendo aos apelos da mãe e da esposa, o artista até tentou, mas não conseguiu deixar a boemia. 

Ele saía escondido de casa durante as noites para encontrar os amigos e fazer música. Em seu último ano de vida, Noel Rosa compôs sambas tristes, como “Último Desejo”.

A canção foi gravada por sua grande amiga e maior intérprete: a cantora Aracy de Almeida, que – depois da morte de Noel – se dedicou a regravar suas canções e não deixá-las serem esquecidas.

4 – Último Desejo

Uma carta que o sambista escreveu – nesta época em que estava doente – ao seu médico, Dr. Edgar Graça Melo, foi musicada por seu amigo – o também sambista carioca – João Nogueira,quando Noel já tinha falecido e entrou para o álbum “Vida Boêmia”, de 1978.

A canção recebeu o nome de “Ao Meu Amigo Edgard”.

Infelizmente, Noel Rosa morreu prematuramente – em 1937, aos 26 anos – por conta da tuberculose. O fato de não ter parado de beber e fumar, de não fazer repouso absoluto e continuar pegando sereno nas madrugadas, piorou a condição de saúde do artista.

O Poeta da Vila deixou um conjunto de músicas que tornaram-se clássicos dentro do cancioneiro popular brasileiro. Em seu pouco tempo de vida, compôs 259 canções, entre elas – outros sucessos – como:  

5 – Gago Apaixonado (1931)

6 – Eu Vou Pra Vila (1931)

7 – Fita Amarela (1933)

8 – Feitio de Oração

(parceria com Vadico, 1933)

9 – Conversa de Botequim

(parceria com Vadico, 1935)

Noel Rosa deixou – com certeza – mais algumas dezenas de canções de sua autoria, que vendeu para outros artistas, como era costume na época.  

Suas canções também viraram trilha de diversos filmes importantes do cinema brasileiro. Um deles é “Alô, Alô, Carnaval” (de Adhemar Gonzaga), lançado em 1936, quando duas marchas de carnaval de Noel Rosa entraram para a trilha sonora: o sucessoPierrot Apaixonado” (parceria com Heitor dos Prazeres) e “Não Resta a Menor Dúvida” (parceria com Hervé Cordovil).

10 – Pierrot Apaixonado

A vida de Noel Rosa foi retratada também em diversos livros, entre eles se destacam: “No Tempo de Noel Rosa” – escrito pelo amigo e sambista Almirante – e “Noel Rosa: Uma Biografia”, de João Máximo e Carlos Didier

Noel também foi parar no cinema: interpretado por Chico Buarque no filme “O Mandarim” (1995), e por Rafael Raposo no filme “Noel – Poeta da Vila” (2006). No teatro, sua vida foi objeto de um excelente drama de Plínio Marcos: “O Poeta da Vila e seus Amores”, que ficoumais de dois anos ininterruptos em cartaz.

Diversos outros artistas gravaram discos tributos em homenagem a Noel Rosa e sua obra, como Nelson Gonçalves, MPB-4, Maria Bethânia, Gal Costa e Teresa Cristina.

Em 2010, 100 anos depois do nascimento de Noel Rosa, a escola de samba  Unidos de Vila Isabel entrou na avenida com o samba  enredo “Noel: A Presença do Poeta da Vila”, de autoria do também sambista e compositor carioca Martinho da Vila.

Em 2016, Noel Rosa foi agraciado in memoriam com a Ordem do Mérito Cultural do Brasil, na classe de grão-mestre.

Confira tudo sobre a vida e a obra do sambista no nosso programa original Arquivo Novabrasil Especial Samba – Noel Rosa:

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