Os trabalhadores dos Correios decidiram iniciar greve geral por tempo indeterminado após assembleia realizada nesta terça-feira (16). A categoria anunciou a decisão durante a noite, em meio à crise que atinge a empresa em todo o país.
Em nota, os funcionários afirmaram que não aceitam ameaças, chantagens, demissões ou fechamento de unidades como solução para uma crise que não atribuem à categoria. O texto também reforça a defesa do direito constitucional de greve. Entre as reivindicações, os trabalhadores cobram reajustes salariais e o pagamento do benefício de fim de ano conhecido como vale-peru. A categoria afirma que mantém negociações há seis meses, sem avanços concretos.
Os funcionários também repudiaram declarações do ministro da Casa Civil, Rui Costa. Segundo a nota, ele afirmou, no âmbito do Tribunal Superior do Trabalho, que uma greve poderia levar o governo a discutir a privatização da empresa. A categoria classificou a declaração como chantagem explícita contra o direito de greve e como uma tentativa de impor medo durante o processo de negociação. Os trabalhadores afirmaram que não aceitam esse tipo de postura.
Na Paraíba, a crise financeira refletiu diretamente nos investimentos da Superintendência estadual dos Correios. Em 2025, a empresa aplicou R$ 1.211.564,26 em bens, obras, segurança, tecnologia e veículos. Nenhuma dessas áreas recebeu aumento de recursos em relação ao ano anterior. Os investimentos em veículos caíram de R$ 780.981,00 em 2024 para zero em 2025. A redução de investimentos coincidiu com queda acentuada no Índice de Qualidade Operacional na Paraíba. O IQO mede prazos de entrega, logística, funcionamento de agências e eficiência no atendimento.
O índice caiu de 93,53% em 2024 para 82,96% em 2025, a maior variação negativa dos últimos cinco anos. O histórico recente mostra oscilações, mas nunca uma queda tão expressiva.



