Funcionários de bares e restaurantes de Ribeirão Preto podem ficar sem salário no próximo 5º dia útil

O anúncio foi feito pela Abrasel, depois de uma pesquisa realizada no setor apontar que, por causa do fechamento dos estabelecimentos, não foi possível assegurar recursos para o pagamento

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Pesquisa revela situação de bares e restaurantes de Ribeirão e região
Foto: Agência Brasil

Funcionários de bares e restaurantes de Ribeirão Preto podem ficar sem receber salários no próximo 5º dia útil. É o que mostra uma pesquisa feita pela a Abrasel Alta Mogiana (Associação de Bares e Restaurantes de Ribeirão Preto e Região) sobre o endividamento do setor, por causa da pandemia do novo Coronavírus.

De acordo com o levantamento, 65% dos empresários do segmento não têm todo ou nenhum recurso para quitar a folha de pagamento de fevereiro. Com o funcionamento comprometido há quase um ano e fechados desde o começo de janeiro, donos de bares encontram dificuldade para evitar a falência e afirmam que crédito liberado pelo Governo Estadual não é suficiente para impedir o colapso.

A data limite prevista em lei para o pagamento do salário de funcionários é fixada no 5º dia útil de cada mês e, geralmente, é cumprida à risca pelos patrões. Entretanto, de acordo com o levantamento da Abrasel, muitos trabalhadores não poderão contar com esse valor em suas contas em fevereiro, já que 36,4% dessas empresas não têm recursos para pagar os salários deste mês e 28,6% devem atrasar para saldar esse débito.

A análise também mostrou que 36,8% desses estabelecimentos estão com os aluguéis atrasados e 27,6% estão tentando uma negociação para evitar o despejo. A CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz) se destaca entre os credores do segmento, já que 61% dos bares e restaurantes estão com as contas de energia elétrica em atraso. “Anunciamos isso com muita dor, mas os empresários não têm como pagar e é nessa hora que toda a cidade vai começar a sentir no bolso junto com a gente o descaso das autoridades”, anuncia Renato Munhoz, presidente da Associação.

Medida paliativa

Para Munhoz, a medida anunciada pelo Governador nesta quarta-feira tem caráter meramente paliativo que em nada mudará a condição precária em que se encontra a economia do setor. “Ele quer tapar o sol com a peneira, dizer que fez alguma coisa, para justificar o nosso fechamento; mas estamos falando não só de mesas servidas para os clientes, estamos falando do sustento de milhares de famílias que dependem do nosso funcionamento”, reclama.