Vai chegando o final de ano e a gente já pensa no próximo, planejamos as viagens, novos hábitos, mudanças de trabalho e até estabelecemos resoluções ambiciosas. Mas pelo menos no meu consultório, vejo poucas pessoas querendo resolver algumas questões emocionais, antes que o ano termine.
Chegamos em dezembro cansados não apenas pela rotina, mas pelo nosso acúmulo emocional. Relações que já não fazem sentido, expectativas frustradas, conflitos mal resolvidos, culpas antigas e cobranças que continuam ocupando espaço mental. O ano acaba no calendário real, mas segue vivo dentro do emocional das pessoas. E nós estamos tão acostumados a carregar estes pesos, que deixamos para resolver depois.
E por que isso acontece com frequência? Porque encerrar ciclos emocionais não é fácil e não significa esquecer o que aconteceu, nem fingir que não doeu, mas aceitar que algumas coisas não tiveram o desfecho esperado e que insistir em carregar isso para o próximo ano só aumenta o peso. Há relações que já cumpriram seu papel, projetos que não deram certo, versões de nós mesmos que não cabem mais na vida atual, mas parece que dá tanto trabalho resolver, que depois a gente cuida disso.
E qual é o padrão mais encontrado em um paciente que acabou de chegar no meu consultório? Eles acreditaram que o tempo curaria, que sozinhos resolveriam. No entanto, aquilo que não foi elaborado retornou em forma de irritação, ansiedade, desânimo ou sensação constante de insatisfação.
Então, já que estou aqui para ajudar, sugiro que você se pergunte: o que eu estou sustentando por hábito, culpa ou medo? O que me consome energia e já não me devolve sentido? O que eu sei que eu preciso resolver? Essas respostas não precisam ser dadas rapidamente, mas precisam ser encaradas com honestidade.
Na prática, pequenos rituais ajudam nesse fechamento interno. Escrever o que ficou pendente emocionalmente, nomear sentimentos, conversar com alguém de confiança ou simplesmente permitir-se sentir sem se julgar. Respirar de forma consciente por alguns minutos ao dia também ajuda a acalmar a mente e criar espaço interno para reflexão.
Encerrar não é fracassar. É reconhecer limites, fazer escolhas mais conscientes e abrir espaço para o novo de forma mais saudável. Um novo ano não começa só com mais metas, começa também com menos peso emocional.
Antes de desejar que o próximo ano seja melhor, entenda o que que precisa ficar para trás, para que você consiga seguir mais leve e se comprometer com a sua saúde mental.
E é claro, que se você precisar de ajuda, você pode contar comigo.
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