A reabilitação precoce de pacientes com Covid-19 ainda nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) minimizaria déficits físicos, depois da alta hospitalar. A reabilitação fisioterápica consiste em exercícios cardiorrespiratórios com bicicletas, treinos de sentar e levantar da cama e estabelecimento de uma rotina de exercícios com graduação de peso, andar, dentre outras.
Um estudo da USP realizado em quatros hospitais de São Paulo, dois públicos e dois particulares, mostrou que os doentes graves por Covid-19 internados em UTIs apresentam déficits físicos no momento da alta hospitalar e que a reabilitação poderia ser uma estratégia para que eles pudessem voltar para casa com melhor forma física, com menos demanda de acompanhamento fisioterapêutico e em condições de realizar suas atividades funcionais e laborais, de forma independente.
A pesquisa, que ainda está em andamento, já acompanhou 250 pessoas em três momentos distintos: durante o período de internação, na UTI e na enfermaria, e três meses após terem recebido alta.
Em geral, pessoas acometidas por doenças graves que permaneceram por longo período em UTIs, depois de receberem alta, acabam se tornando incapazes de realizar algumas tarefas que antes eram comuns na sua rotina, podendo esses efeitos perdurar por muito tempo. Sentem dificuldades para andar e/ou realizar atividades corriqueiras do dia a dia como tomar banho ou ir sozinhos ao banheiro, explica ao Jornal da USP a fisioterapeuta Débora Schujmann, que faz parte do grupo de pesquisa do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).