As próteses de silicone foram idealizadas na década de 1960 por Cronin, um famoso cirurgião plástico inglês. O material inerte se tornou um sucesso porque conseguiu evitar a rejeição pelo organismo, além de ter uma textura mais semelhante a uma mama normal.
Nos últimos anos, tem-se notado uma alteração no padrão de beleza da mulher brasileira, que antigamente preocupava-se muito mais com suas formas voluptuosas e quadris fartos, dando pouca atenção aos seios. O gosto do brasileiro por decotes saltando aos olhos parece estar cada vez mais intenso aos moldes dos americanos, o que reforça a mama como um símbolo de feminilidade e fertilidade. Com isso, a procura por cirurgias para colocação de próteses de silicone ou, mais formalmente, mastoplastias adicionais tem apresentado um aumento significativo.
O fato é que paralelamente a este modismo, o câncer de mama também vem aumentando consistentemente nas últimas décadas. Para se ter uma ideia, a estimativa é de 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022. Esse valor corresponde a um risco estimado de 61,61 casos novos a cada 100 mil mulheres (fonte:INCA).
Frente a este panorama, é natural detectar-se angústia nas mulheres que já se beneficiaram da cirurgia e daquelas que almejam passar por essa mudança estética. Com isso, o médico muitas vezes é indagado sobre a possibilidade de uma prótese dificultar o diagnóstico de uma lesão mamária que possa ser um câncer.
Mas existem manobras específicas para a realização de mamografias em pacientes com prótese de silicone que permitem a visualização adequada da glândula e minimiza a dificuldade de diagnóstico causada pela prótese. Em alguns casos, a ressonância magnética pode auxiliar no diagnóstico, assim como o exame ultrassonográfico que permite a avaliação razoável do tecido mamário e do revestimento da prótese, podendo complementar a avaliação diagnóstica.
A Sociedade Brasileira de Mastologia aconselha a todas as mulheres que pretendem colocar silicone a consultar um mastologista antes da cirurgia, bem como manter acompanhamento especializado periodicamente após a cirurgia.