A deputada federal Mara Rocha (PSDB-AC) protagonizou uma confusão durante as prévias do PSDB neste domingo, 21. Quando estava na fila de votação, a deputada brigou com o presidente do PSDB do Acre, Manoel Pedro de Souza Gomes, e anunciou que sairá da legenda e apoiará a reeleição do presidente Jair Bolsonaro.
“Não admito que um presidente (do PSDB do Acre), que estava pedindo voto para outro candidato, um falso tucano, venha dizer que sou bolsonarista para me intimidar. Sou Bolsonaro mesmo, vou para o PL”, disparou. O PL é o partido que deverá abrigar o projeto de reeleição de Bolsonaro.
A declaração expõe uma situação que os parlamentares do PSDB tem preferido manter nos bastidores, que é o apoio ao governo federal. Apesar do comando da legenda definir que o partido é de oposição, a maior parte da bancada na Câmara ainda dá apoio aos projetos do Palácio do Planalto.
Todo o processo de prévias foi marcado por divisões internas da legenda. Durante a campanha, os dois governadores que são favoritos para ganhar a disputa, João Doria e Eduardo Leite, acabaram expondo uma divisão interna do PSDB e trocaram acusações, grande parte delas inclusive sobre apoio ao governo Bolsonaro. Ambos os governadores declararam voto ao atual presidente em 2018, mas hoje são críticos ao governo.
Apesar do apoio ao presidente, a deputada disse que votou em Leite para ganhar as prévias. “Votei no Leite para que a gente possa jogar a arrogância, acordos espúrios no lixo”, afirmou.
Segundo a parlamentar, o dirigente estadual do Acre abandonou a candidatura tucana à Prefeitura de Rio Branco (AC) em 2020. No ano passado, o PSDB concorreu com Minoru Kimpara, mas, de acordo com Mara, o presidente estadual apoiou a candidata Socorro Neri (PSD). “Estou saindo do PSDB porque nosso partido vendeu a nossa candidatura no Acre para eleição para prefeito”.
A deputada disse que o governador do Acre, Gladson Camelli (PP), foi para São Paulo, falou com o governador João Doria e “vendeu” a candidatura do partido para apoiar o PSB. No pleito do ano passado, o Progressistas também tinha candidatura, que foi a de Tião Bocalon, hoje prefeito.
Agência Estado