Greve | Caminhoneiros bolsonaristas bloqueiam estradas em ao menos dez estados

Na região, nesta quinta-feira (9), há bloqueios na rodovia Anhanguera (SP-330), em Leme e Limeira, Washington Luís (SP-310), em Araraquara e Brigadeiro Faria Lima (SP-326), em Bebedouro

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Caminhoneiros realizam bloqueio em pistas de ao menos dez estados de todo Brasil. A greve ocorre em apoio ao presidente Jair Bolsonaro e pautas governistas. As manifestações começaram nesta terça-feira (7) e desde então vêm se intensificando por todo o país. Na região, nesta quinta-feira (9), há bloqueios na rodovia Anhanguera (SP-330), em Leme e Limeira, Washington Luís (SP-310), em Araraquara e Brigadeiro Faria Lima (SP-326), em Bebedouro. Entre as pautas, está o fechamento do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal. 

Nos locais, as rodovias estão parcialmente bloqueadas. O trânsito segue livre apenas para carros pequenos, ambulâncias, Corpo de Bombeios, viaturas policiais e cargas perecíveis. Os demais caminhões estão sendo obrigados a parar e estacionar ao lado da via e em postos de combustíveis. Enquanto isso, em cidades como Jaboticabal já há registro de filas de moradores em postos de combustíveis.

Vídeo: Rede social

Estados

O Ministério da Infraestrutura informou que existem pontos de concentração de caminhoneiros, com abordagem a outros veículos de carga, em pelo oito estados, até as 17h30 desta quarta-feira (8). O balanço foi feito com base em informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF). As mobilizações ocorrem na Bahia, no Espírito Santo, no Mato Grosso, no Mato Grosso do Sul, em Santa Catarina, no Paraná, no Maranhão, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Rio de Janeiro. Em nenhum desses locais, segundo a pasta, há bloqueio total da pista. 

“A PRF encontra-se em todos os locais identificados e trabalha pela garantia do livre fluxo com a tendência de fim das mobilizações até a 0h do dia 09/09. Importante alertar que a disseminação de vídeos e fotos por meio de redes sociais não necessariamente reflete o estado atual da malha rodoviária”, informou o Ministério da Infraestrutura, em nota. 

Ainda segundo a pasta, ao longo do dia foram debeladas 67 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias.

O movimento ocorre um dia depois de manifestações pró-governo em diferentes cidades, nessa terça-feira (7). Manifestantes pediram o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF) e a destituição de ministros da corte, além de intervenção militar.

Em nota, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística) manifestou “total repúdio” às paralisações. “Trata-se de movimento de natureza política e dissociado até mesmo das bandeiras e reivindicações da própria categoria, tanto que não tem o apoio da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos”, diz a entidade. O texto leva a assinatura do presidente da NTC&Logística, Francisco Pelucio. 

A entidade, que congrega cerca de 4 mil empresas de transporte, disse ainda estar preocupada com os efeitos que bloqueio nas rodovias poderão causar, especialmente em relação ao abastecimento dos setores de produção e comércio. 

Vídeo: Rede social

Caminhões na Esplanada

No início da tarde de ontem, mesmo depois do fim da manifestação de terça, dezenas de caminhões permaneciam estacionados ao longo do canteiro central da Esplanada dos Ministérios, em Brasília, cujo trânsito segue bloqueado. Eles pressionam pela derrubada do bloqueio policial que dá acesso à Praça dos Três Poderes, onde fica o STF, o Congresso Nacional e o Palácio do Planalto.

Mais cedo, manifestantes tentaram invadir a sede do Ministério da Saúde e hostilizaram jornalistas. Equipes de pelo menos duas emissoras tiveram que se abrigar dentro do prédio após ameaça de agressão por parte dos manifestantes. 

Segundo a Polícia Militar do DF, que foi chamada ao local, não houve registro de feridos e ninguém foi detido. A corporação informou também que o policiamento no local está reforçado. 

Em nota, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do DF disse ter recebido relatos de ataques de manifestantes a profissionais de imprensa e cobrou da Secretaria de Segurança Pública do DF assegurasse o trabalho dos profissionais de comunicação. O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa, deputado Distrital Fábio Felix (PSOL), também informou ter enviado ofício à Secretaria de Segurança do DF para reforçar “urgentemente” o policiamento no local.  

Pronunciamento 

A greve continua, mesmo após um suposto áudio de Jair Bolsonaro pedindo para que os caminhoneiros liberem as rodovias ter sido divulgado. Na gravação, o presidente diz que a paralisação traz danos para a econômia e pode causar inflação. “Fala para os caminhoneiros aí, que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia. Isso provoca desabastecimento, inflação e prejudica todo mundo, em especial, os mais pobres. Então, dá um toque no caras aí, se for possível, para liberar, tá ok?”.  

“Deixa com a gente em Brasília aqui e agora. Mas não é fácil negociar e conversar por aqui com autoridades. Não é fácil. Mas a gente vai fazer a nossa parte aqui e vamos buscar uma solução para isso, tá ok? E aproveita, em meu nome, dá um abraço em todos os caminhoneiros. Valeu”, disse Bolsonaro. 

Com informações da Agência Brasil