São Paulo avalia flexibilizar o uso de máscaras, diz secretário

Governador levantou hipótese de anunciar medida em 18 de outubro

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São Paulo - Termômetros marcam 33 graus e a qualidade do ar é considerada moderada na Avenida Paulista. Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil

Com o aumento da vacinação e a diminuição nos indicadores relacionados à covid-19, o Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo está avaliando a possibilidade de retirar a obrigatoriedade do uso de máscara no estado paulista. Isso, no entanto, não vai acontecer neste momento.

“Estamos avaliando a possibilidade [de retirar o uso de máscara] no futuro. Não neste momento. Apesar da melhora nos números da pandemia hoje, ainda temos pessoas ficando com a doença grave e ainda temos perda de vidas. Por isso ainda devemos continuar usando também essa proteção [máscara], além da vacinação”, disse Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus.

Segundo ele, a máscara, junto com a vacinação, é uma das responsáveis pela diminuição da transmissão do novo coronavírus. Ela foi importante inclusive, segundo ele, para segurar a transmissão da variante Delta, que já é a predominante no estado. “Foi fundamental a contribuição dessa barreira [a máscara] nesse controle”.

Menezes ressaltou que a retirada do uso de máscara não é algo simples de se fazer. “Todos gostaríamos de poder retirar a máscara. Em vários países vimos isso. Mas a história mostrou que as coisas não são tão simples. Nesses lugares [que haviam retirado a máscara] foi necessário voltar atrás nessa recomendação”, disse ele, lembrando que vários países que haviam retirado a obrigatoriedade do uso desse protetor começaram a observar aumento no número de casos de covid-19.

“É possível, num futuro próximo, com a condição melhorando, termos condição de avaliar a possibilidade de liberação. E talvez, primeiramente, em situações mais seguras, como espaços abertos [sem aglomeração]”, disse ele.

O governador de São Paulo, João Doria, disse que essa questão sobre o uso de máscara pode ser anunciada em uma próxima coletiva, marcada para o dia 18 de outubro.

“Estamos dentro de uma visão otimista em relação ao futuro próximo. É um otimismo moderado. Estamos evoluindo bem, com queda em infecção, internação e em mortes. E alta em vacinação. Ainda é preciso ter cuidado. Mas com um horizonte de curto prazo bastante otimista”, explicou Doria.

Estudo

O uso de máscara e, principalmente, a vacinação contra a covid-19 tem feito diminuir muito o número de infecções pelo novo coronavírus. Um estudo feito no Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo, por exemplo, demonstrou a importância da vacinação para a diminuição das internações. Segundo Jamal Suleiman, médico infectologista do Emílio Ribas, o estudo analisou as internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), entre elas, a covid-19.

De janeiro a 15 de setembro deste ano eles analisaram 1.172 internações por SRAG no Emílio Ribas. Nove em cada dez internados no hospital não tinham sido vacinados. “Com a vacina, teve 138 casos. O que mostra que o papel da vacina é proteger pessoas. Todas [as pessoas], seguramente não conseguimos proteger. Mas conseguimos o máximo de proteção para o máximo de indivíduos. Sem vacina foram 1.034 casos”, disse Suleiman.

Dentre esses internados, 274 morreram, sendo que 237 não estavam vacinados e 21 tinham recebido apenas uma dose. Apenas 16 dos que tinham o esquema completo de vacinação morreram. “Isso mostra claramente o papel da vacina na contenção da pandemia”, explicou o infectologista.