As estratégias de Lula vão além da eleição presidencial: ele quer fazer o sucessor de Dória no Palácio dos Bandeirantes. Lula sabe, como ninguém que Fernando Hadad por Fernando Hadad é sempre um perigo. O ex-ministro e ex-prefeito de São Paulo perde para ele mesmo, se não tiver quem lhe dê suporte.
Lula joga com a precisão de um sniper. As pesquisas colocam Geraldo Alckmin como o favorito ao governo paulista, seguido de perto por Márcio França e só depois aparece Fernando Hadad, com Boulos no seu calcanhar e lá longe Rodrigo Garcia. Quando convidou Alckmin para vice na chapa presidencial, Lula sabia que a tese jamais seria aceita pelos seus seguidores, além de provocar a ira dos conservadores eleitores paulistas, matando de vez toda chance de Dr. Geraldo. Márcio França ficou por conta dos bolsonaristas. As ações policiais contra ele foram cirúrgicas e tiveram efeito imediato. O cenário ficou perfeito para o candidato do PT.
A pergunta, no entanto, é uma só: vai dar certo? Na teoria, a resposta é sim, porém na prática pode ser outra. A campanha eleitoral vai começar nos próximos dias, se é que já não começou. Falo nos próximos dias porque a partir de fevereiro, com a volta do recesso, os deputados começam as estratégias, os acordos que vão redundar na campanha eleitoral oficial, marcada para o segundo semestre.
É sempre bom lembrar que Rodrigo Garcia será o governador de São Paulo com a saída de Dória para a campanha presidencial. Com a caneta na mão e sem precisar deixar o cargo será também o candidato ao governo de São Paulo. Quem acompanha política, sabe o tesouro que isso representa. Garcia é uma figura carismática no meio dos prefeitos de São Paulo, além de bem representar a região norte do Estado e carregar a fama de bom moço.
Assim, o esforço de Lula pode sofrer uma perda significativa. O velho lobo da política sabe disso melhor do que ninguém. O que ele estará planejando para também queimar Rodrigo Garcia? Eu repito: podem comprar a pipoca e o guaraná pois o filme será bom demais. Não percam.