Ele está presente à mesa na manhã da maioria dos brasileiros, ajuda a embalar reuniões de trabalho ou momentos de lazer entre amigos e ainda favorece a circulação de visitantes pelo país. Estamos falando do café, uma das grandes paixões nacionais, cujo Dia Mundial é celebrado nesta quinta-feira (14.04). A bebida é a principal atração de vários roteiros turísticos rurais no país, cativando interessados em conhecer o seu processo de fabricação e, claro, degustá-la.
Minas Gerais, por exemplo, líder na produção do grão no Brasil, oferece várias opções do tipo. Uma delas, a Rota do Café Especial, percorre 35 quilômetros pelas cidades de Carmo de Minas e São Lourenço, proporcionando passeios entre fazendas centenárias – tudo em meio ao deslumbrante cenário da Serra da Mantiqueira. A região, por sinal, é considerada um dos maiores polos mundiais de café, pela qualidade das mercadorias ali processadas.
O interior do estado de São Paulo, principal produtor de café nos séculos 18 e 19, também oferece um farto leque de alternativas. Municípios como Bananal, Cajuru, Itatiba, Monte Alegre do Sul e Serra Negra, que integram o Vale do Café Paulista, abrigam antigas propriedades rurais fabricantes do grão, nas quais o turista tem a oportunidade, ainda, de conferir o estilo arquitetônico colonial português alusivo ao período do ‘ouro negro’, como o café era conhecido.
O ministro do Turismo, Carlos Brito, frisa a importância do café à movimentação de viajantes e defende empenho pelo aproveitamento do potencial associado à bebida. “O Brasil é o maior produtor e exportador de café do planeta e o segundo maior consumidor da bebida. Com esses atributos, precisamos fomentar a estruturação de roteiros e permitir que eles atraiam cada vez mais visitantes, favorecendo o desenvolvimento do turismo nacional como um todo”, sustenta.
A região do Vale do Paraíba Sul do estado do Rio de Janeiro também reserva atrativos para os amantes da famosa bebida. O Vale do Café, composto por cidades a exemplo de Vassouras, Barra do Piraí, Mendes, Paty do Alferes e Paraíba do Sul, proporciona uma imersão na cultura cafeeira, com direito a hospedagem em fazendas históricas e visitas a lavouras, igrejas, museus e estradas que tiveram grande relevância na produção do grão no passado.
A bebida também é a estrela de circuitos turísticos rurais no Espírito Santo, como a Rota dos Vales e do Café. O passeio engloba cidades como Vargem Alta, Cachoeiro de Itapemirim, Muqui, Mimoso do Sul e Marataízes, que abrigam propriedades onde é possível apreciar a arquitetura do período colonial e as heranças da época de ouro do café no Brasil, além de cachoeiras, rios com corredeiras e florestas exuberantes.
Já no Paraná, o roteiro de turismo rural do Norte Pioneiro reúne municípios que permitem ao visitante se aprofundar mais na história do café, a exemplo das cidades de Londrina, Santa Mariana e Ribeirão Claro. Ao longo da rota, alguns produtores abrem as portas de suas fazendas para mostrar aos frequentadores o processo de cultivo do grão, incluindo passeios pela lavoura, a realização da colheita, a secagem do produto e, finalmente, a degustação do líquido.
NORDESTE – Além de abrigar alguns dos mais icônicos destinos de sol e praia no Brasil, o Nordeste do país oferece ao turista alternativas de lazer associadas à bebida. Uma delas, a Rota Verde do Café, percorre localidades do sertão do Ceará, como Guaramiranga, Mulungu, Pacoti e Baturité. O circuito proporciona ao visitante fazer passeios por propriedades e casarões antigos, que retratam a trajetória da produção do grão na região.
Conhecer a cultura cafeeira também constitui uma boa pedida na Chapada Diamantina, na Bahia, onde o cultivo do grão, iniciado em meados do século XIX, é favorecido pelo clima ameno das altitudes mais elevadas. Na comunidade Santa Bárbara, por exemplo, no município de Piatã, o turismo rural garante ao visitante experiências em plantações e contato direto junto a agricultores familiares que produzem a bebida.
SUPORTE – O apoio a roteiros baseados no café é um dos objetivos da segunda edição do projeto Experiências do Brasil Rural, ação do governo federal voltada ao fortalecimento do turismo no campo. Além do grão, a iniciativa, uma parceria entre os ministérios do Turismo, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a Universidade Federal Fluminense, assegura apoio técnico a rotas especializadas nas cadeias agroalimentares da cachaça, da farinha de mandioca e do mel.
O projeto busca impulsionar produtos e serviços da agricultura familiar associados ao turismo, diversificando a oferta turística brasileira por meio da inserção destes no mercado de viagens.
HISTÓRIA – Descoberto por comerciantes árabes na Etiópia e levado para o Egito, a Turquia e outros países africanos, o café chegou ao Brasil no século XVIII, pelas mãos de um fazendeiro do Pará. Devido a circunstâncias climáticas, de relevo e solo, em meados do século XIX, a cultura se estabeleceu mais fortemente no Vale do Rio Paraíba, nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, iniciando um novo ciclo econômico no Brasil.
Fonte: Assessoria de Comunicação do Ministério do Turismo