Sevandija forever
A memória política parece não ser o forte da atual legislatura da Câmara de Ribeirão Preto. Os atuais vereadores, que tiveram exemplos práticos de como ações políticas feitas à margem da legalidade podem ceifar carreiras políticas, parecem ter aprendido, com seus antecessores, apenas as práticas contestáveis, e não os resultados delas.
Dos problemas
Denúncias de rachadinha, assédio sexual e moral entre assessores, funcionários que cursam universidades públicas mas não podem trabalhar presencialmente por conta da pandemia de Covid e farra no registro de ponto são apenas alguns dos problemas que atormentam o Legislativo hoje. E a lista não para de crescer.
Dos passadores de pano
Nesse sentido, o atual presidente da Câmara, Alessandro Maraca (MDB) caminha, a passos largos, para o caminho do comprometimento de seu futuro político. Mandatário do Legislativo nos dois últimos anos, chega ao fim do seu mandato de forma melancólica. Ficou conhecido como passador de pano.
Culpa de todos
A responsabilidade não é de Maraca. O Legislativo, como um todo, é corporativista. Empurrou para debaixo do tapete a denúncia de rachadinha no gabinete do vereador Sérgio Zerbinato (PSB). Arquivou, também, a CPI pedida contra Isaac Antunes (PL), que admitiu, na Justiça, ter cometido crime eleitoral. Não investigou a farra dos secretário municipais que advogavam enquanto exerciam funções públicas e nem o secretário-adjunto que não trabalhava na Secretaria do Meio Ambiente.
Lista imensa
A lista de coisas que a Câmara deveria investigar, e não o fez, é imensa. Com a imprensa fazendo minimamente o seu papel de investigar, sobram casos de picaretagens que deveriam despertar a atenção dos vereadores. Não é o caso. A ordem é passar pano, de forma ampla, geral e irrestrita.
Maraca se perde
Este corneta considera-se amigo pessoal de Alessandro Maraca, a quem conhece desde muito antes de ser vereador. Não significa, em momento nenhum, que a crítica será mais branda. Maraca, que já teve papel de destaque na aprovação dos repasses ao consórcio Pró-Urbano, ficando, portanto, associado à Prefeitura nessa questão, nesse momento está perdido e precisa marcar posição. Ou terá que arcar com o custo de ser visto como o emissário do engavetamento de denúncias.
Das flores
E para não dizer que não falei de flores, absurdamente desesperadora a situação da Transerp. A empresa foi dada, de porteira fechada, para um influente vereador, decano da Comissão de Justiça, e existem, hoje, centenas de assessores e picaretas em geral pendurados nas fartas e não fiscalizadas tetas da companhia. Algo que faria os esquemas dos vereadores investigados na Operação Sevandija serem classificados como sendo do Juizado Especial Criminal, aquele que julga os crimes com menos potencial ofensivo.
Vai dar m…
Se derem o azar de pegar um promotor minimamente interessado em cumprir seu dever e investigar, haverá uma verdadeira enxurrada de parlamentares que poderão perder seus cargos. A impressão é que a picaretagem corre frouxa e sem limites no Legislativo, a despeito dos exemplos pretéritos.
Palestra do prefeito
O prefeito Duarte Nogueira (PSDB) ministra, nesta quarta-feira (17), uma palestra do Centro Universitário Moura Lacerda. O tema será “Os desafios da gestão pública” e o assunto é baseado no livro de autoria do próprio Nogueira, “Administração Pública – Desafios e Soluções”. O evento acontece às 19h30, no auditório da unidade I, na rua Padre Euclides.
Homenagem
Em recente reunião com o governador Rodrigo Garcia (PSDB), integrantes da imprensa do interior paulista, entre eles o vereador Igor Oliveira (MDB) e o Rafael Pisani, do Sistema Clube de Comunicação, houve a aclamação da proposta de dar o nome do empresário José Pisani, falecido recentemente, a uma rodovia na região de Ribeirão Preto. As medidas nesse sentido devem ser tomadas pelo governo do Estado nos próximos meses. Justa homenagem. O Grupo Thathi esteve presente na reunião.
