A Polícia Federal deflagrou em Ribeirão Preto a Operação Cinderela, na manhã desta quarta-feira (13). O trabalho visou desmantelar uma quadrilha acusada de exploração sexual, tráfico de pessoas e redução à condição análoga à de escravo. Também participaram da ação o Ministério Público do Trabalho, a Divisão de Erradicação ao Trabalho Análogo ao Escravo e o Ministério Público Federal.
Segundos a corporação, jovens transexuais eram trazidas de outros estados, principalmente do Norte e Nordeste, para se prostituir em Ribeirão. As promessas eram de transformação do corpo, hospedagem e alimentação.
Como tudo não passava de um golpe, as vítimas já chegavam endividadas, em razão das passagens e despesas de viagem adiantadas pelos investigados. Aqui, ainda segundo a PF, eram exploradas sexualmente, obrigadas a consumir drogas, e empregadas no mercado do sexo, onde havia uma divisão territorial de atuação de cada aliciador.
A investigação partiu das denúncias de duas pessoas que conseguiram fugir de um dos locais de exploração na cidade. Ao todo, são cumpridos 10 mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão.
Um informativo divulgado pela polícia explica também que, com a condição de dependência econômica e ascendência sobre as vítimas, os aliciadores davam início a um processo de transformação corporal dessas pessoas. Entre os métodos utilizados estariam aplicação de silicone industrial e realização de procedimentos cirúrgicos ilegais, de modo a aumentar ainda mais as dívidas. Por isso, os investigados também responderão por exercício ilegal da medicina.
Além disso, também é fato que, aquelas que não conseguiam pagar as dívidas ou que desrespeitavam as regras da casa onde eram mantidas, eram julgadas em um “tribunal do crime” e punidas com castigos físicos, morais e multas, além de terem os pertences pessoais subtraídos. Há, inclusive, registros de suicídios em virtude das pressões sofridas pelas vítimas, desaparecimentos, agressões com pedaços de madeira com pregos e homicídios, tudo decorrente da cobrança de dívidas.
Se condenados, os envolvidos podem chegar a pegar mais de 34 anos de prisão.
Às 10h ocorre uma coletiva de imprensa na sede da Polícia Federal e o Grupo Thathi atualizará as informações, assim que divulgadas.
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