A Polícia Federal enviou ao Supremo Tribunal Federal o relatório parcial do inquérito das milícias digitais, que investiga aliados e apoiadores do governo, além do próprio presidente Jair Bolsonaro, por ataques antidemocráticos e notícias falsas.
A investigação aponta que a milícia digital usa a estrutura do chamado “gabinete do ódio” — grupo que seria formado por aliados do presidente Jair Bolsonaro e que atuaria até mesmo dentro do Palácio do Planalto.
A delegada federal Denisse Dias Rosas Ribeiro diz que os elementos colhidos até o momento corroboram a hipótese de uma ‘atuação orquestrada’ para promover desinformação e ataques contra adversários e instituições com objetivo de ‘obter vantagens para o próprio grupo ideológico e auferir lucros diretos ou indiretos por canais diversos’.
Um dos exemplos citados no relatório é a campanha capitaneada pela militância bolsonarista em nome do tratamento precoce com medicamentos ineficazes contra a covid-19, como cloroquina e hidroxicloroquina, para tratar pacientes diagnosticados com a doença.
A delegada também menciona a elaboração de dossiês contra antagonistas e dissidentes, ‘inclusive com insinuação de utilização da estrutura de Estado para atuar investigando todos’.
Na avaliação da delegada, novas diligências são necessárias para concluir a investigação. O responsável pelo inquérito é o ministro do STF, Alexandre de Moraes.