Ucrânia dá sinais de que pode desistir de fazer parte da Otan

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, deu ontem sinais de que seu país pode desistir de aderir à Otan – uma das principais reivindicações da Rússia em meio à tensão entre os dois países.

Nas últimas horas, o Pentágono informou ter registrado o movimento de helicópteros russos perto da fronteira e a entrada de mercenários em território ucraniano. O Departamento de Estado decidiu hoje transferir a embaixada americana de Kiev para o interior do país.

A entrada da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte – uma aspiração inscrita até mesmo na constituição do país – é considerada uma ameaça existencial pela Rússia, e o motivo da atual crise. Ao lado do chanceler alemão, Olaf Scholz, Zelenski disse que a questão de ter acesso aberto à Otan talvez seja não mais que um sonho.

A Rússia também aparenta estar disposta a continuar com as negociações diplomáticas.Mesmo com navios de guerra participando de exercícios militares próximos a costa ucraniana no Mar Negro e com os Estados Unidos alertando para o risco iminente de tropas russas atacarem o país vizinho em diferentes direções, o chefe da diplomacia da Rússia, Serguei Lavrov, recomendou ao presidente Vladimir Putin que mantivesse as portas abertas para negociações com o Ocidente.

De acordo com Lavrov, a possibilidade de uma resolução diplomática para a crise está “longe de se esgotar” e pediu a intensificação das conversas com os líderes da Otan.Em uma reunião televisionada – e aparentemente roteirizada – com Putin ontem, o chanceler russo disse que apoiava a continuidade das negociações com o Ocidente sobre as “garantias de segurança” que a Rússia vem exigindo dos EUA e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte.

Na noite de ontem, o Departamento de Estado dos Estados Unidos intensificou o alerta para que seus cidadãos deixem imediatamente a Moldávia e a Bielorrússia, onde milhares de soldados russos se reuniram para exercícios militares.

Bolsonaro

Apesar do acirramento de tensões entre Rússia e Ucrânia, o presidente Jair Bolsonaro chega a Moscou hoje; a segunda viagem internacional de 2022. Lá terá encontros com o presidente Vladimir Putin e empresários.

Para além de tentar fortalecer a pauta comercial entre os países, há o objetivo de manter aberto o fluxo de fertilizantes, essenciais para o agronegócio brasileiro.

O aperto na oferta do insumo tem o potencial de pressionar o preço dos alimentos e, consequentemente, a inflação, pesadelo do presidente em ano eleitoral.

Em entrevista ao Portal UOL, o embaixador do Brasil na Ucrânia, Norton Rapesta, afirmou que a situação é de “plena normalidade” no país, mesmo com a possibilidade de um ataque russo. Segundo ele, cerca de 500 brasileiros vivem na Ucrânia.

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