O Ministério da Saúde anunciou nesta quarta-feira, 16, que vai repassar cerca de R$ 160 milhões para o atendimento de pessoas com sintomas pós-Covid. A pasta calcula que cerca de 10 milhões de pacientes já tenham sido afetados por esta condição no Brasil.
O valor poderá ser aplicado no reforço da Atenção Primária nos municípios e no Distrito Federal. Dentre as ações propostas pelo Ministério da Saúde estão, por exemplo, a busca ativa, o diagnóstico, o tratamento e o monitoramento de casos de covid longa e a orientação da população sobre o tema.
Os sintomas mais comuns da covid longa, segundo a Saúde, são cansaço, falta de ar diante de esforços, tosse, dor torácica, perda de olfato e paladar, cefaleia, alterações de memória, déficit cognitivo, ansiedade e depressão. A pasta definiu como covid longa as “manifestações clínicas novas, recorrentes ou persistentes presentes após a infecção aguda por SARS-CoV-2 quando estas não são atribuídas a outras causas”.
“Considerando o número de casos confirmados de aproximadamente 27 milhões até novembro de 2021, estima-se que cerca de 8,5 milhões de indivíduos poderão apresentar ao menos uma condição pós-covid. A gente sabe que esse número é maior, com certeza passa de 10 milhões de pessoas”, disse o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Medeiros Parente.
Como o Estadão mostrou, ainda há poucos estudos sobre essa condição, mas o tema preocupa médicos, cientistas e a Organização Mundial de Saúde (OMS). Calcula-se que um em cada cinco pacientes de covid-19 pode desenvolver a covid longa.
Para diagnosticar que uma pessoa tem a covid longa (ou condição pós-covid), a OMS estipula que os sintomas devem durar três meses após a infecção. Parte dos médicos e pesquisadores, porém, chama de covid longa a presença de sintomas por prazo até menor do que este.
Estabilização
Durante o anúncio da portaria que vai liberar o repasse de R$ 160 milhões, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que está havendo “uma estabilização do número de casos da variante Ômicron, com uma tendência de queda”. “A média móvel de óbitos ainda é uma média móvel em torno de 800 casos por dia”, disse. “Se nos lembramos da variante gama, houve dias com mais de 3 mil casos de média.”
Agência Estado