No +Preta, as vozes negras ecoam na sua quarta-feira! Essa semana, Adriana Couto recebe o escritor Jeferson Tenório para entrar na roda e mergulhar em suas memórias mais preta. Jeferson é autor de O Avesso na Pele, livro premiado pelo Jabuti que já é peça de teatro e vai virar filme.
Nascido no Rio de Janeiro, em 1977, o escritor viveu mais de 30 anos em Porto Alegre. Agora, circula entre Rio de Janeiro e São Paulo. É doutorando em teoria literária pela PUCRS e estreou na literatura com o romance O Beijo na Parede (2013), eleito o livro do ano pela Associação Gaúcha de Escritores.
Seus textos já foram adaptados para o teatro e seus contos já foram traduzidos para o inglês e o espanhol. Também é autor de Estela sem Deus (2018).
O livro Avesso da Pele, que levou Prêmio Jabuti de Melhor Romance em 2021, narra a história de vida do jovem Pedro que perdeu o pai, um professor de literatura, em uma desastrosa abordagem policial. Após o fato, Pedro sai em busca de resgatar o passado da família e refazer os caminhos paternos.
O romance aborda as complexas relações raciais, violência e negritude.
“Eu só me tornei escritor por causa dos meus alunos.” destaca Jeferson Tenório sobre vivência em sala de aula
Em conversa com Adriana Couto, Jeferson inicia a entrevista falando sobre sua trajetória na sala de aula, principalmente como professor universitário. Atualmente, o escritor leciona nos Estados Unidos. Foi durante a pandemia que Jeferson se despediu das aulas em escolas públicas brasileiras.
“Foi muito pesado o modo como a escola pública foi ainda mais sucateada. Dar aulas online também me deixou muito mal. Eu pensei que eu não ia dar conta e não sabia até quando ia a pandemia.”
Até então, Jeferson nunca tinha lecionado para universidades. A experiência de tentar ensinar durante o desafiador período da Covid-19 frustrou o escritor, que decidiu até parar de dar aulas. Acabou retornando em 2022, dessa vez nas universidades.
Jeferson destaca a importância que a experiência como professor do ensino básico, em escolas públicas, teve em sua vida:
“Eu só me tornei escritor por causa dos meus alunos.”
Desde seu primeiro livro, o escritor buscou incluir a escola na narrativa, assim como o destaque aos professores.
Ouça o episódio na íntegra:
Sobre o ‘+Preta’
+PRETA coloca no dial da Novabrasil músicas cantadas e/ou compostas por artistas negros e negras brasileiras de diferentes gerações. O programa embarca na diversidade da produção contemporânea, mas não perde a chance de apresentar clássicos e raridades.
Sem preconceitos e com muito afeto o +PRETA celebra a beleza e força criativa da música brasileira a partir da experiência de uma pessoa negra.
A cada edição, um/uma artista, personalidade, ou intelectual negra divide com o público suas memórias musicais + pretas em quadros especiais como: o samba da vida, a música da família, o som revolucionário, o hit que inspirou uma mudança.
No comando do microfone, a apresentadora Adriana Couto, uma das profissionais mais conhecidas do jornalismo cultural.
Confira a playlist oficial do programa: