O que é a escala Richter? Geofísico do Cemaden explica

O terremoto na Turquia gerou dúvidas, principalmente por conta da escala que mede a magnitude dos abalos sísmicos. Para tirar dúvidas sobre a Escala Richter e o fenômeno natural de abalos sísmicos, o jornalismo da TV Thathi SBT conversou com o geofísico Cassiano Antônio Bortolozo.

Ele é pesquisador do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e pós-doutorando da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp). 

  • O que é a Escala Richter?

C.A.B: A Escala R. é uma forma de quantificar a intensidade de um terremoto. Se baseia nas medidas das ondas produzidas por esse tremor. Alguns especialistas dizem que ela vai até 10, mas, na verdade, ela não tem um limite. O maior tremor registrado teve uma escala de 9,5. 

  • Existe profundidade no terremoto? 

C.A.B: A profundidade do terremoto vai impactar muito no poder destrutivo que ele vai ter. Os terremotos mais profundos são mais poderosos. No caso do terremoto da Turquia, ele ocorreu a menos de 20 quilômetros da superfície. Não é uma profundidade rasa, mas também não é muito alta. 

  • Por que um terremoto acontece?

C.A.B: Os terremotos podem acontecer por diversos motivos. Existem os terremotos com magnitudes menores. No caso da Turquia, ele aconteceu em uma área que existe uma tríplice função. São três placas tectônicas: da África, da Anatólia e da Arábia. Esse tremor a princípio ocorreu com o movimento da placa arábica e da anatólia. Não foi uma placa entrando na outra, as duas placas elas passam horizontalmente, uma ao lado do outro e foi isso que gerou o tremor. 

  • Tem como prever?

C.A.B: Não tem como serem previstos. Existem vários estudos tentando prever esse tipo de fenômeno, mas não existe nada concluído. O que pode ser feito é conviver com essa situação. Vários países têm regras rígidas para construções de prédios e residencias e possuem uma infraestrutura prepara para um tremor. Um exemplo é o Japão. 

  • Por que no Brasil não sentimos os terremotos? 

C.A.B: O Brasil registra uma série de abalos sísmicos, todos os dias praticamente. Temos uma Rede Sismográfica Brasileira que todos podem acompanhar. Acontece que os sismos no Brasil ou eles são de intensidade baixa, ou eles são muito profundos; cerca de 100 quilômetros [da superfície]. As placas mais ativas, próximas do Brasil, fica na parte oeste da America do Sul, no pacífico e próximos ao dorsal mesoceânica, que fica mais ou menos no meio do atlântico, longe da costa. Por isso não temos um potencial de ter um terremoto da magnitude como o da Turquia. 

 

Terremoto na Turquia

Reuters/Dilara Senkaya/direitos reservados

Equipes de resgate retiraram nesta sexta-feira (10) um menino de 10 dias e a sua mãe dos escombros de um prédio que desabou na Turquia. 

Várias pessoas também foram resgatadas, em outros locais, quatro dias depois que um grande terremoto causou morte e destruição no Sul da Turquia e no Nordeste da Síria. 

A ajuda humanitária brasileira chegou na noite de ontem (9) em Ancara e de lá vão para Adana, cidade ao sul da Turquia, na fronteira com a Síria, região do epicentro do terremoto de magnitude 7.8 na escala Richter ocorrido na última segunda-feira. 

Embarcaram 42 pessoas na operação, inclusive 34 especialistas bombeiros de São Paulo, Minas Gerais e Espírito Santo, mais pessoal médico e de defesa civil.

A equipe especializada em busca e resgate urbano deve permanecer no local por duas semanas para localizar e dar suporte às vítimas.

 

*Edição: Nayara Francesco

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