Nos últimos anos, testemunhamos um cenário crescente em que empresas, governos, hospitais, escolas, emissoras de TV e até mesmo pessoas físicas enfrentaram ameaças constantes de vazamento de seus dados. As motivações variam desde tentativas de obter ganhos financeiros até a exposição deliberada de informações confidenciais a fim de causar danos à reputação de uma organização ou pessoa.
Para Wanderson Castilho, perito em crimes digitais e CEO da Enetsec, o avanço da tecnologia e a quantidade de dados digitais gerados e armazenados aumentaram significativamente o número de vazamentos, criando mais oportunidades para os dados serem acessados indevidamente ou expostos.
Além disso, o especialista explica que muitos deles também ocorrem devido a ações negligentes dos próprios usuários. Segundo a empresa de segurança Apura Cyber Intelligence, todos os meses, cerca de 10 milhões de brasileiros têm dados como logins e senhas expostos na internet.
“À medida que utilizamos o mundo digital, também nos expomos a um risco crescente de vazamentos de dados. Isso porque, nessa era digital, nossas informações pessoais e empresariais se tornaram valiosas commodities para os criminosos, que enxergam na vulnerabilidade dos dados uma oportunidade bastante lucrativa. Por isso, todo cuidado é pouco”, alerta Wanderson Castilho.
Causas e consequências do vazamento de dados
O vazamento de dados pode incluir numerosas informações pessoais, como nomes, endereços, números de telefone, números de identificação pessoal, informações financeiras, registros médicos, senhas, entre outras informações pessoais. Pode ser causado por diversos fatores, como ataques cibernéticos, erros em códigos de criptografia e falta de conhecimento dos próprios usuários.
Segundo Wanderson Castilho, um vazamento de dados é capaz de dar origem a outros golpes ainda mais severos. “O vazamento de dados fornece informações importantes para os cibercriminosos, assim eles podem explorar e manipular as vítimas de maneiras mais sofisticadas e personalizadas. É muito comum os fraudadores usarem as informações para roubo de identidades, extorsão e aplicar phishing”, explica.
Aprenda a se proteger na internet
A seguir, Wanderson Castilho lista algumas dicas para você se proteger na internet e evitar o vazamento dos seus dados. Confira!
1. Senhas robustas
Para Wanderson Castilho, uma das formas mais simples e eficazes de aumentar nossa segurança online é utilizando senhas fortes. “Ao criar suas senhas, opte por senhas com, pelo menos, oito caracteres, combinando números, letras maiúsculas e minúsculas e símbolos. Essa diversidade dificulta que qualquer cibercriminoso decifre sua senha”, resume. E complementa: “Já é bastante comum, na hora do cadastro, as empresas incentivarem uma política de conscientização, com alertas e dicas de como criar senhas. Opte por segui-las”, diz.
2. Autenticação de dois fatores
Ativar a autenticação de dois fatores adicionará uma camada extra de segurança para o usuário, exigindo uma segunda forma de login, como um código enviado para o seu telefone. De acordo com Wanderson Castilho, essa medida é muito eficaz para impedir violação de dados.
3. Softwares atualizados
As atualizações frequentes incluem correções de segurança que podem prevenir vulnerabilidades já exploradas pelos fraudadores. “Serão essas atualizações que ajudarão a fechar essas brechas, protegendo seus dispositivos e dados. Elas não devem ser negligenciadas”, pontua o especialista em crime digital.
4. Links suspeitos
É muito comum os usuários receberem links suspeitos por e-mail. Wanderson Castilho recomenda deletar a mensagem antes mesmo de abri-la. “Há certos softwares mal-intencionados que se instalam no aparelho apenas ao abrir a mensagem; para se prevenir de potenciais vazamentos, o ideal é não clicar em links desconhecidos”, alerta.
5. Wi-Fi público inseguro
Outro alerta do especialista é evitar o acesso às contas ou realizações de transações financeiras em redes Wi-Fi públicas não confiáveis, já que elas podem ser facilmente interceptadas por fraudadores.
6. Cuidado com downloads
É ideal que os usuários busquem baixar aplicativos e softwares apenas de fontes confiáveis, como lojas oficiais e sites verificados. Isso irá proteger a segurança, a privacidade e a funcionalidade dos dispositivos.
Por Luana Farias