Dieta mediterrânea ajuda a reduzir o risco de mortalidade

A dieta mediterrânea tem se tornado cada vez mais popular. E não é à toa, já que oferece uma grande variedade de benefícios à saúde, promovendo melhor qualidade de vida, maior aporte de nutrientes, prevenção de doenças crônicas e até contribuindo com a perda de peso. Porém, embora as vantagens à saúde do estilo de vida mediterrâneo já tenham sido estudadas, poucas pesquisas foram realizadas sobre esses hábitos fora de sua região de origem.

No entanto, essa situação foi corrigida com a publicação de um estudo do UK Biobank (estudo de biobanco do Reino Unido) que mostrou que o estilo de vida mediterrâneo não apenas é capaz de reduzir o risco de mortalidade por todas as causas, como também pode ser perfeitamente transferido para outras regiões do mundo, com todos os benefícios.

“O estudo mostra que é possível que populações não mediterrâneas adotem esse estilo de vida e conquistem seus benefícios com produtos disponíveis localmente e em seus próprios contextos culturais e sociais”, destaca a Dra. Caroline Reigada, médica nefrologista.

Dados avaliados pela pesquisa

Para chegar aos benefícios oferecidos pela dieta em outras regiões, os pesquisadores analisaram o estilo de vida de mais de 110 mil pessoas entre 40 e 75 anos que vivem no Reino Unido com base em três categorias: ingestão de alimentos específicos da região mediterrânea, adoção de hábitos alimentares, como limitação do consumo de sal, e adesão a práticas saudáveis, como cochilos regulares, atividade física e socialização. Cada um desses itens recebeu uma pontuação, sendo que, quanto maior pontuação de um indivíduo, maior a adesão ao estilo de vida mediterrâneo.

Benefícios do estilo de vida mediterrâneo 

Após 9 anos, quando os pesquisadores retomaram o estudo para avaliar a saúde dos participantes, foi possível observar uma relação inversa entre a adesão ao estilo de vida mediterrâneo e o risco de mortalidade. Por exemplo, participantes com uma maior pontuação apresentaram risco 29% menor de mortalidade por todas as causas e 28% menor de mortalidade por câncer em comparação com aqueles com menor pontuação de adesão ao estilo de vida mediterrâneo.

E mesmo a adesão a apenas uma das categorias citadas já foi capaz de resultar em uma redução no risco de mortalidade. Especificamente, a categoria composta por atividade física, descanso e hábitos sociais foi a principal associada à diminuição desses riscos, além de também ter sido relacionada a uma redução mais significativa do risco de mortalidade por doenças cardiovasculares.

“Isso nos mostra que não é preciso modificar todo o seu estilo de vida de uma única vez. A mudança gradual dos hábitos de vida, com pequenos passos, já apresenta grandes benefícios para a saúde do organismo, além de tornar esse processo muito mais fácil”, destaca a especialista.

Mulher sentada com o braço em cima de uma bola azul e segurando um recipiente com salada
Dieta mediterrânea reforça a importância dos cuidados com a saúde (Imagem: Prostock-studio | Shutterstock)

Importância dos cuidados integrais com a saúde

Segundo a Dra. Caroline Reigada, para além de confirmar os benefícios desse tipo de estilo de vida e mostrar sua aplicabilidade em regiões fora do mediterrâneo, o estudo serve para reforçar a importância de um cuidado integral com a saúde.

“Estar saudável não significa apenas estar livre de doenças. A adoção de um estilo de vida saudável, como o destacado pelo estudo, também faz parte desse conceito de saúde, pois nossos hábitos diários possuem um grande impacto em todo o organismo, não apenas ajudando a prevenir e tratar doenças e reduzir a mortalidade, mas também melhorando a qualidade de vida como um todo”, expõe a médica.

A especialista reforça que também é importante que os profissionais de saúde estejam atentos aos hábitos dos pacientes. “Não apenas pacientes, mas também médicos devem estar atentos a essa questão para enxergar o paciente de maneira global e auxiliá-lo a melhorar seu estilo de vida de forma a contribuir com a prevenção de doenças e com a manutenção da saúde”, finaliza a Dra. Caroline Reigada.

Por Maria Cláudia Amoroso

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