9 em cada 10 brasileiros sentiram e se preocupam com as mudanças climáticas

A fumaça de grandes incêndios no Canadá chega à cidade de Nova York na terça-feira, 6 de junho de 2023. Michael Appleton/Mayoral Photography Office via Fotos Públicas.

Maioria dos  brasileiros se preocupa com impactos das mudanças climáticas, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional da Indústria.

Em entrevista à Novabrasil FM, Davi Bom Tempo, gerente-executivo de Sustentabilidade e Meio Ambiente da CNI, diz que os efeitos no dia a dia levam a essa preocupação.

As mudanças climáticas dos últimos anos têm impacto na percepção da população sobre os problemas relacionados aos eventos extremos mais recentes. 

A pesquisa Sustentabilidade e Opinião Pública, divulgada nesta segunda-feira (11) pela Confederação Nacional da Indústria, aponta que 91% dos brasileiros perceberam alteração na temperatura ou no clima. Em nível nacional, as respostas mais comuns, que indicam essa percepção, são aumento de temperatura (92%), menos chuvas (66%) e rios mais secos (55%). 

Quando o recorte é feito por regiões, os resultados são diferentes. No Norte e Centro-Oeste, a redução das chuvas foi percebida por 90% dos entrevistados e a seca nos rios, por 76%. Já na região Sul, 76% apontaram aumento de chuvas e 69% transbordamento de rios. 

A pesquisa também mostra que, para 91% da população brasileira, o aquecimento global é um problema grave. Em 2022, essa avaliação era feita por 86% das pessoas no país. 

O estudo deixa claro que o brasileiro tem sentido os efeitos dessa mudança climática, segundo Davi Bom Tempo, gerente-executivo de Sustentabilidade e Meio Ambiente da Confederação nacional da Indústria (CNI). Em entrevista ao Nova Manhã, da Novabrasil FM, ele lembra que “as pessoas percebem esses efeitos do clima de uma forma mais intensa com as enchentes, impactos na moradia, no direito de ir e vir. A percepção é cada vez maior porque a população sente no seu dia a dia”. 

Davi Bom Tempo está em Dubai e acompanha os trabalhos da COP 28, a conferência do clima, nos Emirados Árabes Unidos. De acordo com Davi, a palavra chave na COP é urgência. Os países reunidos buscam alternativas para lidar com secas, enchentes e outros eventos climáticos, é uma agenda imediata. Para o gerente-executivo de Sustentabilidade e Meio Ambiente da CNI, “é necessário identificar quais as metas e os financiamentos para tratar do problema climático e eventos extremos no mundo”. 

Ele diz ainda que a agenda prioritária é a transição energética, com segurança e sustentabilidade, lembrando que as energias solar, a eólica e a biomassa terão papel importante nisso. 

Em relação ao Brasil, Davi Bom Tempo entende que não é contraditório o país estar alinhado com a Opep e a produção de petróleo. Para ele, é necessário garantir a segurança energética e a transição para energias limpas e renováveis pode ser financiada pelo petróleo e gás. Davi conclui dizendo que “não é possível virar a chave do dia para noite, deve se trabalhar de forma paulatina para garantir uma transição justa e com desenvolvimento”. 

A COP 28 deve apresentar seu relatório final nesta terça-feira, dia 12. 

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