Como se proteger do “Sequestro da Amígdala”?

A amígdala cerebral age em todo nosso corpo em situações de perigo

Você já ouviu falar em “sequestro da amígdala”? Sabe o que significa esse termo que, muitas vezes, também está nas redes sociais? A expressão pode gerar confusões, mas não se trata de um órgão sendo sequestrado.

 A neurocientista e colunista da Novabrasil, Carla Tieppo, nos ajuda a entender o significado disso. Vale ressaltar que não tem nenhuma relação com nossa amígdala da garganta. Nesse caso, estamos tratando das amígdalas cerebrais.

A coordenadora de pós-graduação da Faculdade de Ciências Medicas da Santa Casa de São Paulo lembra que, em termos médicos, é o complexo amigdalóide. No entanto, o tema é conhecido popularmente como “sequestro da amígdala”. Trata-se de um processo que ocorre quando temos uma descarga emocional muito forte, seja numa emergência, no enfrentamento de algo desconhecido ou até mesmo diante de um predador.

 Carla Tieppo destaca que, nesses momentos, o batimento cardíaco é acentuado, há uma sensação de aperto no peito, gerando dificuldade para respirar, dor de barriga e até mesmo uma possibilidade de desmaiar. É nessas horas que aparece o “sequestro da amígdala”. Ou seja, quando encaramos perigos e precisamos aumentar o recurso de enfrentamento, nosso corpo responde para essa preparação.

Nesse sentido, mais sangue circula pelos nossos músculos, nossa condição cardiorrespiratória também recebe mais incentivo. Consequentemente, a reação ficará mais fácil com todos os recursos corporais que temos. Esse é o trabalho da amígdala cerebral, nos obrigando a fazer o que ela quer.

Portanto, o “sequestro da amígdala” é quando essa estrutura cerebral faz disparos elétricos muito fortes e que acabam fazendo com que o corpo fique subordinado ao efeito dela. De acordo com a colunista Carla Tieppo, é nesse momento que “o corpo é sequestrado pela função da amígdala cerebral e não pode reagir”.

A confusão se dá porque muita gente pode pensar que é a amígdala sendo sequestrada, quando, na verdade, é o inverso. Ela que faz a ação de “sequestro” nas nossas funções.

Carla Tieppo diz que ações como respirar melhor ou até mesmo água com açúcar auxiliam para “mandar um recado” à amígdala de que a situação está controlada e não há a necessidade de uso dos recursos extremos.

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