Aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em setembro do ano passado, o Mounjaro (nome comercial da tirzepatida) promete ter mais eficácia do que os outros medicamentos do grupo “canetas emagrecedoras” como o Ozempic.
Seu resultado, porém, depende do uso continuado, diz novo estudo publicado na revista da Associação Americana de Medicina (Jama, na sigla em inglês). O ensaio clínico de fase três mostrou que quem interrompe o uso da tirzepatida perde menos peso e tem mais chance de voltar a ganhá-lo, em maior quantidade, do que quem mantém o uso.
Participaram do estudo 783 pessoas obesas ou que apresentavam sobrepeso aliado a alguma complicação (como diabetes), de quatro países, durante 88 semanas.
Primeiro, todas receberam as injeções a cada sete dias por 36 semanas. Depois, foram separadas em dois grupos. Metade continuou tomando o medicamento até o final do estudo, outra recebeu placebo.
Aqueles que usaram o medicamento de forma contínua, até o final do estudo, tiveram uma redução média de 25,3% no peso. Nas 36 semanas, os participantes tiveram uma redução de 20,6%. Todos receberam a instrução de fazer atividade física e comer de forma saudável nesse período.
Estudo anterior, publicado no The New England Journal of Medicine, descobriu que o uso de tirzepatida leva à redução de 22% do peso corporal, em média. Para a semaglutida, princípio ativo do Ozempic e do Wegovy, a média foi de 15%.
Os fármacos atuam na sensação de saciedade e no metabolismo do corpo humano. A diferença é que a tirzepatida imita a ação do peptídeo semelhante a glucagon 1, ou GLP-1, e o peptídeo insulinotrópico dependente de glicose; já a semaglutida simula apenas o GLP-1.
A interrupção da semaglutida também pode provocar a recuperação substancial do peso, dizem os pesquisadores. “A obesidade é uma condição metabólica crônica semelhante ao diabetes tipo 2 e à hipertensão, que requer terapia de longo prazo na maioria dos pacientes”, afirmam.
Redação / Folhapress