Cerca de 90 servidores das alas de pediatria e clínica do Hospital Municipal Adib Jatene, do distrito de Brasilândia (SP) estão sem receber o salário de outubro. A administração do hospital é terceirizada e passou por mudança no dia 5 de novembro, após o final do contrato da organização social de saúde (OSS) com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
A gestão anterior era da Associação Saúde em Movimento, com sede na Bahia. Segundo funcionários que não quiseram se identificar, já houve atrasos anteriormente, mas os servidores eram avisados. O que não ocorreu no mês de outubro.
“A ASM simplesmente nos ignorou e deram o fora, saíram. A secretaria de saúde repassou para a gente que repassou o pagamento à organização, mas não temos para quem recorrer“, afirmou uma das servidoras.
Atualmente, o Instituto de Medicina, Estudos e Desenvolvimento (Imed) é o responsável pela administração da unidade e confirmou ter efetuado o pagamento referente ao mês de novembro, inclusive o 13º, aos servidores CLT. Os médicos contratados como Pessoa Jurídica já emitiram suas notas e deverão ter o pagamento em conta até esta quinta-feira (21).
A construção do hospital foi finalizada durante o período de pandemia, quando a unidade passou a atender exclusivamente pacientes com COVID-19 e se tornou referência no tratamento da doença. A partir de agosto de 2022, foram iniciados atendimentos de ortopedia, pediatria e clínica médica, além de pequenos procedimentos cirúrgicos.
A gestão do hospital foi alterada ainda durante a pandemia e quem assumiu a gestão foi a Organização Social Associação Saúde em movimento (ASM), sem licitação, que deixaram de ser obrigatórias durante o período de emergência.
A Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo informou em nota que os repasses de verba foram feitos à Associação Saúde em Movimento “sem nenhum atraso por parte da gestão municipal“, o último deles em 7 de novembro. E o contrato com a organização foi de R$ 12.776.343,38.
“O que nos desespera é que queremos apenas uma previsão [de quando vamos receber], mas uma previsão ninguém nos dá”, afirmou outra funcionária da unidade, que também preferiu ter a identidade não divulgada.
“É um hospital terciário, de uma complexidade alta, com número de atendimento grande. Quando vamos para lá trabalhar, sabemos que vamos trabalhar muito, mas vamos felizes. É um lugar agradável para se trabalhar, com equipe boa e que tem muito potencial para crescer. Ninguém quer sair dali. Só queremos uma previsão de pagamento“, afirmou a servidora.
Desde o dia primeiro de dezembro, o hospital já atendeu mais de 4.500 pacientes e teve cerca de 300 internações.
A reportagem solicita uma resposta da Associação Saúde em Movimento, da Bahia, há uma semana, mas ainda não obteve uma resposta nem previsão de quando a situação será resolvida.