Assim como em qualquer esporte, correr na rua requer atenção dos praticantes. Dessa forma, é importante entender o próprio corpo e notar os sinais durante a corrida ou ao terminar. Muitos corredores mencionam sentir dores na parte inferior das costas após treinos intensos ou provas. Isso pode ser uma reação normal aos esforços e cansaço muscular, mas, em alguns casos, pode indicar algo mais sério, especialmente se ocorrer com frequência.
Essa dor na região lombar em corredores pode ter causas diferentes, como:
- Lesões musculares (esforço excessivo ou falta de aquecimento adequado);
- Lesões articulares (impactos repetitivos ou movimentos inadequados);
- Hérnia de disco (pressão excessiva sobre os discos intervertebrais causada pela corrida repetitiva);
- Espondilólise ou espondilolistese (condições em que ocorre uma fratura ou deslizamento de um a vértebra);
- Problemas nos órgãos internos, como rins ou vesícula biliar.
De acordo com o ortopedista do esporte, cirurgião e especialista em coluna Dr. Alexandre Guedes, esses incômodos também podem surgir por problemas posturais ou desequilíbrios musculares. Isso porque uma postura inadequada durante a corrida ou desequilíbrios musculares podem causar tensão nas costas e levar à dor.
Sinais de alerta: quando procurar um profissional?
Uma dor nunca deve ser ignorada. Ela deve ser observada, e o corredor deve estar atento ao surgimento de alguns sinais de alerta que podem indicar a necessidade de maior atenção e, possivelmente, consulta com um profissional de saúde. O Dr. Alexandre Guedes aponta os sinais que merecem atenção:
- Dor persistente: é um sinal de que algo a mais pode estar acontecendo;
- Dor intensa: se a dor é intensa a ponto de afetar sua capacidade de correr ou realizar outras atividades, algo está errado;
- Dor localizada: se houver sensibilidade ao toque ou inchaço, isso pode indicar uma lesão ou tensão muscular mais séria;
- Dormência ou formigamento: pode ser um sinal de problemas nervosos e requer atenção médica imediata;
- Febre ou mal-estar: se a dor nas costas estiver acompanhada de febre, perda de peso não intencional ou outros sintomas não relacionados ao esforço físico, é importante procurar assistência médica;
- Histórico de lesões nas costas.
Prevenção: a melhor amiga do corredor
Nenhum corredor que pratica a corrida com frequência quer parar os seus treinos por conta de uma dor lombar. Por isso, tratar a dor é prevenir para que ela nem apareça. De acordo com o Dr. Alexandre Guedes, adotar algumas medidas simples de cuidado com o corpo ajudam a evitar esse tipo de desconforto:
- Fortaleça os músculos das costas e dos glúteos;
- Alongue-se regularmente;
- Faça um aquecimento antes da corrida;
- Melhore sua postura;
- Aumente a intensidade dos treinos gradualmente;
- Use tênis adequados;
- Varie a superfície de corrida;
- Faça pausas regulares;
- Realize exercícios de fortalecimento complementares;
- Escute seu corpo;
- Consulte um profissional de saúde.
Tratamentos para as dores nas costas
Existem diversas condutas para o tratamento da dor lombar que surge nos corredores durante ou após a corrida. Nesse cenário, o método a ser colocado em prática vai depender da causa específica da dor e da gravidade do desconforto. O ortopedista apresenta algumas opções que podem ajudar a aliviar a dor nas costas:
- Repouso se a dor for leve e não estiver associada a uma lesão grave, dar ao corpo tempo para descansar;
- Gelo ou calor. Aplicar compressas de gelo ou bolsas de água quente na região das costas pode ajudar a reduzir a inflamação e aliviar a dor. Geralmente, a aplicação de gelo é recomendada nas primeiras 48 horas após o surgimento da dor, seguida pelo uso de calor;
- Medicamentos prescritos pelo médico;
- Fisioterapia;
- Massagem terapêutica;
- Acupuntura;
- Correção postural;
- Exercícios de alongamento;
- Técnicas de relaxamento;
- Cirurgias para casos graves.
É importante lembrar que o tratamento e os cuidados adequados dependerão da causa específica da dor nas costas, e nem todos os tratamentos e as orientações funcionam para todas as pessoas. É essencial consultar um profissional de saúde para receber um diagnóstico adequado e um plano de tratamento personalizado. “Evite automedicação, autodiagnóstico e orientações inadequadas, pois isso pode levar a complicações”, finaliza o ortopedista do esporte e especialista em coluna.
Por Fábio Malvezzi