70 horas depois do vendaval, 500 mil usuários continuam sem energia em SP

Queda de árvore, zona sul de São Paulo (Camilo Mota)
Queda de árvore, zona sul de São Paulo (Camilo Mota)

Camilo Mota, Novabrasil SP

A tempestade que atingiu a região metropolitana de São Paulo na última sexta-feira ainda traz transtornos aos paulistanos. Até as 8 horas da manhã desta segunda, 500 mil usuários, o que corresponde a 20% dos 2,1 milhões afetados, seguiam sem fornecimento de energia. O número foi atualizado pelo Diretor de Mercado da Enel São Paulo, André Oswaldo Santos, durante entrevista ao jornalismo da Novabrasil.

Entre a meia-noite e 18h45 deste domingo, o corpo de bombeiros de São Paulo recebeu 761 chamados para queda de árvores, segundo publicação no perfil da corporação no Twitter.

Por volta das 16 horas do dia 3 de novembro de 2023, ventos de 100km/h atingiram a capital. Foram 1.400 chamados abertos indicando quedas de árvores. A prefeitura ainda aguarda a Enel desligar as redes em 125 pontos da cidade para que as árvores possam ser retiradas.

Duas dessas árvores, de grande porte, caíram na rua Alameda dos Guatás, na zona sul da capital, em frente ao edifício Le Mans. O sub-síndico Fernando Oliveira estava saindo do prédio com a filha, de carro, no momento da queda. “Nós íamos até a panificadora, buscar alguma coisa para comer, na saída, nós vimos a árvore tombando, lentamente. Daí nós voltamos. Tivemos várias danificações [ no prédio ], janelas, vidros”.

Oliveira afirmou ainda que no dia 18 de outubro de 2022, o prédio solicitou a remoção de uma das duas árvores para a prefeitura, porque as raízes estavam entrando na tubulação do prédio e dando problema de entupimento. A prefeitura pediu que o prédio procurasse um engenheiro para elaborar o laudo.

A prefeitura, à época, afirmou que a árvore estava “saudável” e só efetuou a poda. O prédio teve que arcar com os custos da contratação do engenheiro ambiental e da manutenção da tubulação.

Durante entrevista para o Jornal Novabrasil na manhã dessa segunda-feira, Robson Campos, diretor de Assuntos Jurídicos do Procon-SP, afirmou que os danos causados pelo não fornecimento de energia podem ser ressarcidos. “Há previsão sim de ressarcimento. Mas os consumidores devem observar algumas exigências previstas nessas regras, que é protocolar perante a companhia de energia elétrica, de forma a se identificar e relator qual foi o dano sofrido”, pontuou.

Ainda segundo Campos, filmagens e fotos devem ser enviadas junto ao protocolo para comprovar a perda. A empresa dá um prazo de resposta e se não for cumprido, os consumidores devem procurar o órgão de defesa do consumidor ou o judiciário, se preciso.

André Oswaldo afirmou que o compromisso da Enel é restabelecer a energia para todos o mais rápido possível. Segundo ele, as árvores caídas nas vias, de grande porte e que ainda não foram retiradas, atrasam as equipes.

A orientação é de os equipamentos permaneçam desligados nas áreas onde a energia não foi restabelecida, para evitar picos de energia. “Nesse momento, se tiver sem energia, deixe os equipamentos fora da tomada, porque na volta da energia pode ter algum pico de energia”

O prefeito Ricardo Nunes admitiu que é preciso “uma rede mais ampla, um programa de políticas públicas para enterramento de fios”, mas que depende, de acordo com o prefeito, da Enel para ser feito.

De acordo com a prefeitura, são 650 mil árvores nas calçadas sob responsabilidade da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. 150 mil foram podadas desde o início do ano e 10 mil removidas.

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