2024: confira alguns cenários do mercado brasileiro para este ano

Marcelo Mazzei
Marcelo Mazzei
Formado em Administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas, atuou desde 1988 como gestor de médias e grandes empresas de diversos ramos da economia, ocupando cargos de Gerência e Direção. De 2018 a 2023 atuou como Secretário de Desenvolvimento Econômico do município de Araçatuba e atualmente é CEO do GERAR – Grupo de Empreendedores da Região de Araçatuba, cujo foco é promover o inter-relacionamento entre as empresas filiadas, promovendo network entre elas, através de palestras, business meeting e workshops.
Imagem Ilustrativa

Na economia, o ano de 2023 terminou em melhor forma do que começou. E a expectativa de profissionais do mercado financeiro é a de que essa tendência positiva continue prevalecendo ao longo de 2024. Ainda há incertezas, mas o sentimento de otimismo neste início de ano é mais presente que um ano atrás.

A inflação entra em 2024 em trajetória de queda. Diferentemente do começo de 2023, quando índices de preços fora do controle nos mercados americano e brasileiro levaram os bancos centrais nos dois países a subirem juros.

Para profissionais de mercado, as estimativas de queda para essas duas variáveis ao longo deste ano que se inicia estão na base das projeções mais promissoras para atividade econômica e mercado de trabalho, com repercussões positiva para as empresas e respectivas ações negociadas em Bolsa.

A última pesquisa radar Febraban por exemplo, mostra que quase seis em cada dez entrevistados (59%) acreditam que o Brasil vai melhorar em 2024, apostando exatamente na menor expectativa de inflação e na perspectiva de recuo do endividamento, também remediado pelo Programa Desenrola.

A inflação no Brasil, que entrou em 2023 em 5,79%, acima da meta do Banco Central, fechou em 4,62%, ficando dentro da meta pela primeira vez desde 2020.

E a taxa básica de juros, referência para os custos com dívidas para famílias e empresas, começou a cair em agosto, após bater 13,75% – então o pico desde 2017.

Para o fim de 2024, analistas projetam um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), o índice oficial de inflação no Brasil, em 3,9%. Para a Selic, que encerrou o ano em 11,75%, o mercado prevê de queda da taxa, para 9,25%.

Nos Estados Unidos, os juros ainda não começaram a cair, mas o Federal Reserve (Fed, banco central americano) interrompeu o ciclo de alta e sinalizou na última reunião, espaço para começar a afrouxar a política monetária em 2024.

Para a inflação americana, as projeções de mercado por lá apontam para uma taxa entre 2% e 2,5%, ante 3,6% em 2023. E, para os juros de referência da economia dos Estados Unidos, a maior parte do mercado aposta no início dos cortes das taxas a partir de maio.

O ponto de atenção é o risco de recessão. Uma retração da economia dos Estados Unidos teria repercussões negativas para a Bolsa.

Por outro lado, o Brasil pode se tornar uma alternativa para os investidores americanos de Bolsa se as ações americanas forem impactadas por uma economia mais morna por lá.

A queda dos juros também deve permitir um 2024 mais favorável para as fintechs do que foi 2023. A atualização de marcos regulatórios, casos das regras para os fundos de investimento, para as políticas ESG (de governança social, ambiental e corporativa) e para os criptoativos, além do avanço de inovações recentes, como open finance, o Drex e o Pix, vão acelerar ganhos de escala.

A combinação desses três fatores – juros em queda, regulação definida e amadurecimento das inovações – deve reaquecer a oferta de capital para fintechs e outras empresas financeiras, dizem profissionais de mercado.

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