O município de Penápolis celebra hoje, dia 25 de outubro, seu aniversário 117 anos. E como presente especial, a cidade ganha o documentário poético “Terras de Maria Chica”, em homenagem a essa personagem marcante, símbolo do pioneirismo e da força feminina que moldaram a história e a formação da Princesa da Noroeste.
O projeto idealizado pela Cia Pé de Ciranda e realizado com recursos da Lei Paulo Gustavo, propõe uma reflexão sobre os apagamentos históricos, especialmente das mulheres que participaram da construção da cidade; embora, raramente aparecem nos registros oficiais.
Essa ausência de vozes femininas é o fio condutor que leva à figura central de Maria Francisca do Carmo, a Maria Chica; mulher à frente de seu tempo, cuja força, resistência e sabedoria foram fundamentais para o surgimento da antiga Santa Cruz do Avanhandava, hoje chamada Penápolis.
Com aproximadamente 30 minutos de duração, o documentário “Terras de Maria Chica” mistura linguagem poética e documental, propondo um olhar afetivo sobre a formação da cidade.
A obra reconstrói a trajetória de Penápolis a partir de pesquisas históricas, fotografias, documentos, livros e narrativas pessoais, destacando a pluralidade de vozes que compõem a memória local.
“Terras de Maria Chica” é mais que um registro histórico, é um gesto de reconhecimento. Um convite a olhar para Penápolis através das vozes que a construíram, revelando memórias, silêncios e afetos que ainda ecoam em seu presente”, comentou Cleiton Silva, cofundador da Cia Pé de Ciranda.
Passado e presente
A narrativa é conduzida por três artistas penapolenses da Cia Pé de Ciranda – Mônica Norte, Cleiton Silva e David Willian — os quais percorrem pontos históricos e cartões postais de Penápolis, costurando o passado e o presente por meio de interpretações, entrevistas, poesias e reflexões.
Entre os cenários das gravações, destacam-se a 1ª Casa de Penápolis, que também abriga o acervo do Museu de São Francisco de Assis (padroeiro da cidade); o Parque Maria Chica; o Museu Histórico e Pedagógico “Memorialista Gláucia Maria de Castilho Muçouçah Brandão”; o Vagão Histórico, que um dia já foi sala de aula; a Praça Dr. Carlos Sampaio Filho; os trilhos da ferrovia; entre outros lugares transformados em portais de memória e inspiração para que o público penapolense revisite sua própria identidade.
A produção do documentário foi iniciada em janeiro de 2025, quando a equipe mergulhou a fundo na pesquisa histórica.
As filmagens foram realizadas entre os meses de março e junho, e na sequência, todo o processo de edição do filme.
Segundo comentou a diretora e roteirista do documentário, Luana Carvalho, ao longo das gravações, foram revisitados os lugares onde tudo começou, ouvindo as vozes que ainda mantêm viva a memória de Maria Chica, a mulher que marcou a história da cidade e inspirou gerações.
“Com emoção, escuta atenta e muita troca, este documentário poético transforma passado em presente, memória em imagem”, acrescentou a diretora.
Lançamento
O lançamento oficial do documentário “Terras de Maria Chica” acontecerá no próximo dia 30 de outubro (quinta-feira), quando será disponibilizado, gratuitamente, no canal do YouTube da Cia Pé de Ciranda. Classificação livre.
Além do acesso gratuito ao público em geral, os artistas da Cia Pé de Ciranda também farão exibições itinerantes seguidas de bate-papo em escolas estaduais e espaços culturais, ampliando o alcance educativo e comunitário do projeto.
O documentário poético “Terras de Maria Chica” é uma produção da Cia Pé de Ciranda, em parceria com a Cia Vem Vento Produções e coprodução da Lalucce Filmes. O projeto conta ainda com apoio da Prefeitura Municipal de Penápolis, Secretaria Municipal de Cultura e Governo do Estado de São Paulo.
