Beijos mais raros

Hélio Consolaro
Hélio Consolaro
Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor, 75 anos. Oito livros publicados. Membro da Academia Araçatubense de Letras, foi vereador e secretário municipal de Cultura por oito anos.
Foto: Hélio Consolaro

Beijos é uma plantinha dos jardins mais simples, mais caipiras, mais sentimentais. Aqueles jardins feitos com a razão, tudo pensado, não há espaço para os beijos. Já a dona de casa, que vai montando seu jardim com mudas e sementes doadas, não faltarão os beijos.

Para minha mãe, o beijo era indispensável em seu jardim. E como o meu jardim, fruto da velhice, nasce da emoção, ele também está presente, porque as flores de um jardim de quem está na faixa etária madura é um retrato de sua infância.

Na velhice, os beijos (ósculos) são mais raros, por mais perfeita que seja a boca repleta de implantes. É boca de velho, boca de velha. Tenho uma amiga que não dá um beijo de boca há sete anos. Então, para compensar, plantam-se beijos. Contenta-se com a flor. 

AS DUAS ARGENTINAS – NO FUTEBOL E NA POLÍTICA

Argentina é o país mais europeu da América Latina. Se na Bahia, um paulista afrodescendente se sente em casa, na terra do tango um branco brasileiro também se sente em casa.

Até outro dia, antes da globalização, para o estrangeiro, Argentina era a referência da América Latina, Buenos Aires era citada como a cidade sul-americana mais importante.

Argentina conseguiu ter papa. Tem três títulos mundiais no futebol e ódio dos brasileiros. Na verdade, no inconsciente coletivo, os argentinos admiram o Brasil. Se você, caro leitor, fizer um paralelo entre os últimos presidentes dos dois países, eles perseguem o Brasil no modelo de gente eleita. Na sequência, eles tinham que eleger agora Milei, porque tivemos o Bolsonaro.

Se eu fosse argentino, nesta última eleição teria anulado o voto, pois Sérgio Massa não é esquerda e deixou o país em frangalhos. E não voto em louco. A loucura só é boa no campo das artes. CONSA

GAZA É AQUI

Pensamos que a guerra fica lá no Oriente Médio, em Israel, Gaza. Aqui a guerra é diária, minuto a minuto. Não! Ela está aqui entre nós. Somando as mortes de acidentes de trânsito, nos choques entre bandidos e polícia, na morte invisível da fome, dá mais que as mortes em Gaza. As mortes pingam nos noticiários policiais em cada cidade. Se o telespectador analisar cada imagem da TV mostrando Gaza, percebe-se que a vida dos palestinos era cheia de sobressaltos, mas os equipamentos urbanos existiam, bem mais que nas favelas brasileiras.

Parodiando a música Haiti:

Pense em Gaza

Reze por Gaza

Gaza é aqui

Gaza não é aqui

Somos todos gaseificados pela indústria armamentista, disparando balas perdidas e mísseis dirigíveis.

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