Biblioteca

Hélio Consolaro
Hélio Consolaro
Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor, 75 anos. Oito livros publicados. Membro da Academia Araçatubense de Letras, foi vereador e secretário municipal de Cultura por oito anos.
Foto: Divulgação | Hélio Consolaro

A biblioteca municipal de Araçatuba Rubens do Amaral retornou ao seu prédio na rua Armando Sales de Oliveira, próximo ao estádio municipal. Está com banheiros remodelados e rampa de acessibilidade. Além de outros reparos caríssimos, mas que só aparecem quando chove. Ter bibliotecas públicas na cidade é preocupação com a leitura.  

A biblioteca foi inaugurada em 1940 pelo então prefeito Valadão Furquim no prédio da praça Rui Barbosa, onde hoje se encontra o Banco do Brasil. Como estudante, frequentei as suas dependências.

Em 1981, depois de passar um tempo sob a arquibancada do estádio municipal Adhemar de Barros (como aconteceu novamente agora), ela ocupou o atual prédio, novo e inaugurado no governo Paulo Salim Maluf, prefeito Oscar Gurjão Cotrim.  A partir daí meus alunos passaram a frequentar a meu pedido, como professor.

Uma de suas dependências inaugurados era um auditório que seria usado para as palestras dadas pela biblioteca. Na falta de um teatro, foi transformado em teatro municipal Paulo Alcides Jorge. E continua até hoje.

Antes da Lei Federal da Responsabilidade Fiscal, as obras eram entregues quase de qualquer jeito. Nunca se podia ter construído a biblioteca naquele terreno, pois se tratava de área verde. Assim não podia receber verbas do Estado e da União porque era um prédio irregular. A luta jurídica demora mais que a construção física, mas o problema foi resolvido.

A entrada de energia elétrica não aguentava ares condicionados, a biblioteca não era climatizada, por isso foi trocada para que aguentasse os aparelhos. Ela foi climatizada na administração do então prefeito Cido Sério. O teatro ainda não foi reformado, não foi entregue na reinauguração do dia 23/04/2024.

As paredes do prédio começaram a rachar. Ninguém descobria a causa. Até que se foi procurar o hidrômetro para ver se havia vazamento. Na construção de 1981, não foi posto o medidor de água, por isso havia vazamento e ninguém percebia. A ligação era clandestina. Na reforma de 2024, fez-se o trabalho de fundação, que também é caro. O prédio era pomposo, mas estava comprometido.

Foi criada a lei de acessibilidade em nível federal, facilitando a entrada aos prédios para as pessoas com problemas físicos. Qualquer projeto apresentado nas esferas administrativas superiores ou mesmo às empresas privadas, vinha a pergunta: cadê a acessibilidade da biblioteca. Não tem. Então não há recursos. Na verdade, o prédio da biblioteca era um trambolho.

Outro problema sério de uma biblioteca é seu acervo. Adquirir as novas publicações, acompanhar o mercado editorial, não se contentar apenas com as doações da sociedade. A última atualização do acervo com livros adquiridos pela Prefeitura Municipal de Araçatuba foi em 2012, na administração de Cido Sério, quando gastou-se mais de R$100 mil. Antes dele, Válter Tinti ampliou o acervo.    

A reinauguração de 23/4/2024 foi um grande passo, faltando ainda a reforma do teatro contíguo, que está fechado. Deu-se um grande passo. Financiar projetos para os artistas é uma necessidade, mas ter equipamentos funcionando plenamente no município é crucial. O desafio do atual prefeito Dilador Borges é inaugurar o Centro Cultural Ferroviário e o Museu Cândido Rondon. Parabéns pela biblioteca.

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