A equipe jurídica da campanha de Cristiano Salmeirão (Avante), candidato a prefeito de Birigui (SP), protocolou um pedido ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, para incluir a página “Ana Rita”, do Facebook, no inquérito das fake news. A página estaria sendo usada para publicar conteúdo difamatório contra o ex-prefeito. A Justiça Eleitoral de Birigui já determinou a exclusão das postagens, após ser constatado que a internet da Prefeitura foi utilizada para realizar as publicações ofensivas.
O advogado Renato Ribeiro de Almeida, que representa Salmeirão, anexou um relatório sigiloso ao pedido, apontando o responsável pelo cadastro da conta “Ana Rita”, um residente de Belo Horizonte (MG). O documento também destaca que as postagens têm caráter político-eleitoral, com o objetivo de prejudicar Salmeirão e favorecer outro candidato à prefeitura.
A campanha de Salmeirão argumenta que há “fundadas suspeitas” de que um dos envolvidos na página “Ana Rita” possa ter participado dos atos antidemocráticos ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro de 2023, quando os prédios dos Três Poderes foram invadidos e depredados. Segundo a defesa, essa possível conexão reforça a semelhança entre as estratégias de ódio e desinformação que estão sendo investigadas no STF.
De acordo com a equipe jurídica, o padrão das publicações em Birigui é semelhante ao modus operandi observado em outras campanhas de desinformação já sob investigação, incluindo o envolvimento em atos antidemocráticos. Isso reforça a importância de integrar essa denúncia ao inquérito maior que apura o uso de fake news para manipulação política.
Em resposta anterior sobre o uso da internet da Prefeitura de Birigui, a administração municipal informou que, se lesões a direitos forem constatadas, cabe aos interessados acionarem a prefeitura para a abertura de procedimento investigativo. A administração ressaltou que o uso do IP da Prefeitura não significa necessariamente envolvimento de servidores, uma vez que qualquer pessoa pode se conectar às redes Wi-Fi disponíveis nas repartições públicas.
A investigação sobre o caso segue em andamento, enquanto a campanha de Salmeirão busca responsabilizar os envolvidos e esclarecer a origem das postagens.