O Colorado Caieiras foi multado em R$ 10 mil pelo Tribunal de Justiça Desportiva (TJD), após ser denunciado por um episódio de racismo envolvendo um torcedor, durante partida contra a Associação Esportiva Araçatuba (AEA), no Campeonato Paulista da Segunda Divisão. O jogo, realizado em 27 de julho, terminou com vitória do Colorado por 2 a 0, mas ficou marcado por acusações de injúrias raciais e arremesso de pedras contra a equipe visitante. Ainda cabe recurso à decisão.
A denúncia de racismo partiu da própria AEA, que emitiu uma nota de repúdio na época, condenando o comportamento de uma torcedora do time da casa, acusada de ter proferido ofensas raciais contra o jogador Fernandinho. A nota também relatou que atletas e membros da comissão técnica de Araçatuba foram alvos de pedras arremessadas ao final do confronto, colocando em evidência a necessidade de coibir a violência e a discriminação no esporte.
O caso foi julgado em sessão realizada em 28 de agosto, na qual a defesa do Colorado Caieiras foi representada pela advogada Anna Beatrice Diedrich, que apresentou provas em vídeo e testemunhais, com depoimentos de Tarik Lucas Oliveira Novais, Ubiraci Gonçalves Ortega e Milton do Nascimento. Mesmo com a defesa, a Comissão Disciplinar do TJD decidiu, por maioria, aplicar as sanções previstas no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), que pune atos discriminatórios e ultrajantes ligados à origem étnica, raça e cor.
A multa de R$ 10 mil foi definida por unanimidade entre os membros da Comissão, e a defesa do Colorado Caieiras solicitou a lavratura de acórdão e voto divergente. O clube também obteve um efeito suspensivo após recorrer da decisão, impedindo temporariamente a aplicação da multa até que o recurso seja julgado em uma nova instância do TJD.
Após a divulgação do julgamento, a AEA voltou a se manifestar por meio de nota pública, reiterando seu repúdio à discriminação. A associação reforçou seu compromisso em combater o racismo e promover um ambiente inclusivo no esporte, destacando que atitudes preconceituosas violam os valores do respeito e da igualdade, essenciais em qualquer prática esportiva.
Além de lamentar o ocorrido, a AEA se comprometeu a intensificar a luta contra o racismo, defendendo que a prática esportiva deve sempre ser um espaço seguro e de inclusão. A instituição frisou que continuará tomando medidas firmes contra qualquer tipo de discriminação, para que episódios como esse não voltem a acontecer.
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