Doze crianças que estavam internadas no Pronto-Socorro Municipal (PSM) de Araçatuba foram transferidas para a Santa Casa da cidade entre a noite de quarta-feira (9) e a manhã desta quinta-feira (10). Entre elas, estava uma recém-nascida de apenas 18 dias. Quatro pacientes estavam em estado considerado grave.
A transferência foi feita após tentativas frustradas de encaminhamento a hospitais de referência em municípios como São José do Rio Preto, Bauru, Marília, Presidente Prudente, Assis e Votuporanga. As negativas ocorreram mesmo diante da gravidade do quadro clínico de algumas crianças.
O caso se tornou mais delicado após decisão judicial, emitida no fim de março, que proibiu novas internações pediátricas e neonatais na Santa Casa de Araçatuba. A medida foi tomada pelo juiz Danilo Brait, da Vara da Fazenda Pública, com base na superlotação da unidade hospitalar e no processo de recuperação judicial enfrentado pela instituição.
Sem conseguir vaga em outras cidades e com a proibição em vigor, a Prefeitura chegou a anunciar a intenção de comprar leitos na rede privada. No entanto, os valores orçados inviabilizaram a contratação. O caso mobilizou a Secretaria Municipal de Saúde, que procurou o Ministério Público e acionou o Departamento Regional de Saúde (DRS-2) para tentar encontrar uma solução.
A situação só foi resolvida após nova negociação com a direção da Santa Casa, que decidiu receber os pacientes, mesmo com a restrição judicial ainda em vigor. O hospital não divulgou detalhes sobre como será feito o atendimento diante da limitação imposta pela Justiça.
A decisão de acolher as crianças foi considerada essencial para garantir o tratamento dos casos mais urgentes. A situação também reacende o debate sobre a capacidade de atendimento da rede pública de saúde na região e os impactos das decisões judiciais em momentos de emergência.