A estiagem prolongada que atinge a região noroeste de São Paulo tem causado graves transtornos no abastecimento de água em Birigui (SP). Cerca de 60% da cidade, abastecida pelo Ribeirão Baixote, enfrenta escassez, com muitos moradores relatando pouca ou nenhuma água nas torneiras. A situação, que já dura quatro dias, tem forçado o uso de caminhões-pipa para garantir água em pontos essenciais, como escolas e creches.
A comerciante Elza Alves Braga, que possui um bar no bairro Portal da Pérola 2, enfrenta dificuldades em seu negócio devido à falta d’água. Ela conta que, para lavar os copos, tem utilizado a pouca água armazenada em um garrafão, mas teme que o problema afete o atendimento aos clientes. “Não dá para ficar assim. Quando houver movimento, como é que vamos trabalhar?”, desabafa.
A pensionista Joana Dalva Caetano da Silva Oliveira também sente os impactos. Segundo ela, a água chegou com pouca pressão em sua casa nesta segunda-feira (9), apenas na torneira do tanque, que é ligada diretamente ao sistema de abastecimento. Nas demais torneiras da casa, não há água. “Estamos desde sexta-feira à noite sem água. Com esse calor, tomar banho de canequinha é muito difícil”, relata.
Em nota, a Prefeitura de Birigui informou que o problema decorre da baixa no nível do Ribeirão Baixote, causada pela falta de chuvas. O município garante que os equipamentos de captação e distribuição estão funcionando normalmente, mas a quantidade de água captada é insuficiente para atender a demanda.
A crise no abastecimento também atinge outros bairros da cidade, como Recanto dos Pássaros e Jardim do Lago. Moradores dessas áreas relatam dificuldades para realizar tarefas básicas, como tomar banho e cozinhar.
O caminhoneiro Celso Violante, morador de um dos bairros afetados, precisou improvisar para tomar banho. Ele conta que usou uma garrafa pet para se higienizar antes de um compromisso familiar. “Achei uma garrafa pet de dois litros e fui tomar banho com ela. Foi o que pude fazer”, lamenta.
Enquanto a seca persiste, os moradores de Birigui aguardam por uma solução definitiva, mas sem previsão de chuvas, a situação permanece crítica.