Patrick César da Silva Brito, hacker de 30 anos, natural de Araçatuba (SP), prestou depoimento à Câmara de Bauru nesta quarta-feira (27), admitindo ter hackeado mais de 300 pessoas em um ano.
Recentemente liberado da prisão na Sérvia, onde ficou detido por um ano a pedido da Justiça de Araçatuba, Patrick confessou ter invadido os dispositivos do prefeito Dilador Borges e da primeira-dama, Deomerce Damasceno, exigindo R$ 70 mil em extorsão.
O hacker também revelou ter hackeado o ex-presidente Jair Bolsonaro, quando ainda era deputado em 2018, e posteriormente, quando já era presidente em 2020. Patrick alega que, após esses eventos, planejou sua mudança para o exterior, temendo a prisão no Brasil. Além disso, ele admitiu ter hackeado o ex-vice-presidente Hamilton Mourão.
Os crimes contra o prefeito de Araçatuba ocorreram no final de 2020, com a prisão de Patrick em 2021. Após sua liberação, ele deixou o país, levando a Polícia Civil a representar por sua prisão preventiva, pois continuava a cometer crimes mesmo fora do Brasil.
Durante o depoimento, Patrick afirmou ter hackeado o jornalista Nelson Itaberá e a vereadora Estela Almagro, sendo contratado por um cunhado da prefeita de Bauru, Suéllen Rosim. Ele cobrou R$ 10 mil, mas concordou em receber apenas R$ 1,5 mil.
O hacker alegou ter solicitado ao provedor de e-mail os relatórios das mensagens trocadas, mas não possui o conteúdo para apresentar.
Patrick declarou responder a nove inquéritos na polícia, sem ter sido ouvido em nenhum deles. Ele revelou que o Supremo Tribunal em Belgrado decidiu pela extradição, aguardando a decisão de um recurso contra a negativa de asilo na Sérvia.
A vereadora Estela Almagro expressou indignação com a presença do criminoso na sessão, chamando atenção para a gravidade do delito.