Choveu nos últimos dias em São Paulo, mas isso não foi suficiente para recuperar os reservatórios das hidrelétricas do Estado. A situação é crítica na bacia do Rio Paraná. O transporte fluvial já foi comprometido por causa da escassez hídrica, e a produção de energia elétrica poderá ser paralisada em duas hidrelétricas, Três Irmãos e Ilha Solteira, as duas maiores da região.
Dados do Operador Nacional do Sistema (ONS) apontam que Três Irmãos opera com cota de 320 metros e 96 centímetros. Isso significa que ela está com menos de 2% do seu volume útil para geração de energia. A hidrelétrica está apta a funcionar até o limite mínimo de 319 metros 77 centímetros. Ou seja, falta pouco mais de um metro para a paralisação.
O cenário também é crítico na barragem Ilha Solteira, que tem como referência de volume útil a cota de 323 metros, definida pela Agência Nacional de Águas (ANA). Esse é o volume mínimo para não interromper o funcionamento da hidrovia Tietê-Paraná, uma das principais do país. Ocorre que o reservatório já opera bem abaixo disso, com apenas 319 metros e 97 centímetros, mais de dois metros abaixo do mínimo. Em caráter de exceção, o ONS está autorizando a operação da usina até a cota de 314 metros.
Para evitar a paralisação imediata, o setor elétrico tem recorrido a outra fonte de energia, a geração térmica. Essa fonte produz energia a partir de óleo diesel, gás, carvão mineral, biomassa e nuclear, mas faz aumentar a tarifa da conta de luz.