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Histórias de fé, luta e tradição: feirantes de Prudente celebram quase seis décadas de comércio nas ruas

Cidade tem 28 feiras ativas e 240 feirantes cadastrados; famílias contam como a atividade ajudou a construir gerações

Divulgação
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Para marcar o Dia do Feirante, lembrado em 25 de agosto, Prudente abre espaço para relembrar a trajetória de homens e mulheres que ajudaram a escrever a história desse comércio de rua. São gerações que, há mais de 50 anos, percorrem os bairros levando frutas, legumes, artesanato e tradição.

Atualmente, a cidade tem 28 feiras ativas, entre elas quatro feiras da lua (noturnas), somando 240 feirantes cadastrados. A mais antiga, realizada na avenida Manoel Goulart, é considerada patrimônio histórico, cultural e imaterial desde dezembro de 2018, quando foi tombada por lei municipal.

Quase meio século de banca

Com alvará de feirante desde 1976, Miguel Sotero Nozabieli é um dos comerciantes mais antigos de Prudente. Foram 49 anos dedicados à venda de frutas e à defesa da feira da Manoel Goulart, onde chegou a presidir a Associação dos Feirantes.

Ele lembra da luta no fim dos anos 1970, quando a feira quase foi transferida para outro espaço: “Chegamos a ver o projeto do novo local, mas sabíamos que não funcionaria. Reunimos os feirantes, falamos com a imprensa e conseguimos resistir. Hoje a feira não só existe, como é patrimônio tombado, ninguém tira”.

As conquistas também se estenderam à família. O trabalho como feirante ajudou a formar o filho Júlio Cesar, que hoje é piloto da Latam em São Paulo.

De Martinópolis para Prudente

Outro exemplo de perseverança é Sebastião Luiz da Costa, de 77 anos, que está nas feiras desde 1966. “Enquanto Deus me der saúde, eu continuarei trabalhando. Nem penso em parar”, diz. Ele começou vendendo calçados, mas hoje mantém sua banca de frutas e legumes ao lado da filha Sueli, que seguiu seus passos.

Tradição de mãe para filha

Também há famílias inteiras que se mantêm nas feiras. Dona Brasilina, sua filha Deise Navarro e a neta Leila dividem bancas de ovos e produtos variados. Deise está há cerca de 50 anos na atividade e agora vê a filha continuar o ofício.

Gerações que continuam

Histórias como a de Tatiane Miaki Dantas, que comanda a Banca do Tiuzinho, mostram como a feira passa de geração em geração. Filha e neta de feirantes, Tatiane começou bebê, dormindo em caixotes de frutas. Hoje, trabalha com o marido e os dois filhos, que ajudam na seleção e empacotamento dos produtos.

O casal Gilberto e Celina também decidiu apostar no comércio de rua, mas só vendem o que produzem: paçoca sem açúcar, colorau, jaca, feijão-de-corda, entre outros. Já Marli e Carlos, vindos de Presidente Venceslau, estão há 31 anos em Prudente. Criaram os três filhos na rotina das feiras e lembram das gêmeas dormindo nos caixotes para que os pais pudessem trabalhar. Hoje, as duas já estão na universidade.

Serviço – onde encontrar as feiras

As 19 principais feiras de Prudente acontecem em diferentes dias, horários e bairros. Confira alguns destaques:

  • Segunda – Jardim Bongiovani (17h às 21h)
  • Terça – Vila Industrial (6h às 12h) e Alto da Boa Vista (18h às 21h)
  • Quarta – Jardim Paulista (6h às 12h) e Jardim Leonor (17h às 22h)
  • Sábado – Rua Coronel Mandu (6h às 12h) e Av. Manoel Goulart (17h às 22h)
  • Domingo – Av. Manoel Goulart (6h às 12h)

Ao todo, são 28 feiras espalhadas pela cidade, mantendo viva uma tradição que atravessa gerações.

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