Mulher foi atingida por 13 disparos e adolescente, agachada e escondida atrás do banco, por 4, diz polícia

Após a prisão de um dos suspeitos de assassinar toda uma família em um canavial em Votuporanga, no interior de São Paulo, a Polícia Civil concedeu uma entrevista coletiva para detalhar o passo a passo da investigação.

De acordo com o delegado titular da DIG, Dr. Thiago Madlum, os autores premeditaram o crime. “Estudaram rota de fuga, para não passar por câmeras de segurança e radares, escolheram o local a dedo. Tudo isso torna a investigação muito complexa, mas nossa equipe é bastante competente”, afirmou.

O delegado revelou que o jovem foi preso após a coleta de provas técnicas, que mostram, de maneira incontestável, a participação dele no crime. “Acreditamos que outras pessoas tenham envolvimento nas mortes, mas ainda não temos nenhum suspeito”, explicou.

“Ele (jovem preso) não tem nenhum envolvimento com a família. É morador de votuporanga e tem passagem por tráfico de drogas. O pai dele também está preso por tráfico. Acreditamos que ele não agiu sozinho e que também não seja o chefe do crime. No entanto, a participação dele já foi comprovada”, informou o delegado Thiago Madlum.

Para a polícia, as mortes possuem ligação com o tráfico de drogas, mas no caso de Anderson Givago Marinho, de 35 anos. Mirele Beraldo Tofalete, de 32, e a filha do casal, Isabelly Tofalete Marinho, de 15, “foram mortas para garantir a impunidade do crime”.

“Anderson foi o primeiro, atingido por sete disparos. Depois, a esposa foi atingida por 13 tiros. Na sequência, a adolescente, que estava agachada, escondida atrás o banco do veículo, foi alvejada quatro vezes”.

Relembre o caso

Mirele Toratele, de 32 anos, Anderson Marinho, de 35, e a filha do casal, Isabelly, de apenas 15 anos, desapareceram após saírem para um almoço de aniversário na última quinta-feira, 28. A família de Olimpia saiu com destino a São José do Rio Preto, que fica a cerca de 40 minutos do município.

A família das vítimas estranharam o sumiço das redes sociais, já que nenhum dos três respondiam mais as mensagens enviadas. Na noite do mesmo dia, de acordo com a irmã do homem que também foi encontrado morto, os celulares foram desligados.

O carro foi flagrado por um radar, já na altura de Mirassol, que fica depois de São José do Rio Preto, justamente sentido Votuporanga. De acordo com pessoas próximas, a família não pretendia nenhuma viagem.

Localização

Os corpos de Mirele Toratele, de 32 anos, Anderson Marinho, de 35, e Isabelly, filha do casal, de 15, foram encontrados com marcas de tiros em um canavial na zona rural de Votuporanga na tarde desta segunda-feira, 01. O carro da família estava no local e também foi alvo de disparos.

Reprodução: redes sociais

Segundo informações preliminares da Polícia Militar, que foi acionada para comparecer no local, o corpo do homem estava fora do veículo, já o da mulher e o da adolescente estavam dentro do veículo.

Passagem por tráfico

O mecânico Anderson Marinho, de 35 anos, assassinado junto com sua esposa e filha de apenas 15 anos, em um canavial de Votuporanga, já havia sido preso por tráfico de drogas, em 2015, junto com Ricardo Luis Pedro, conhecido como “o rei do tráfico”, em Olímpia, no interior de São Paulo.

Reprodução: redes sociais

De acordo com o portal Metrópoles, Anderson foi preso em cumprimento a um mandado de prisão expedido pela Justiça, em 14 de abril de 2015.

Dias antes, segundo a informação, ele e outro homem teriam fugido de um rancho na área rural de Olímpia, quando o “rei do tráfico” e um comparsa foram detidos com drogas e presos em flagrante.

Segundo a ficha criminal do homem encontrado morto, ele foi condenado por tráfico de drogas em dezembro de 2015 e teve uma pena de dois anos e um mês já iniciada no regime semiaberto.

Antes disso, ele chegou a ficar preso provisoriamente no Centro de Detenção Provisória de Rio Preto, mas recebeu o benefício de cumprir o restante da pena em prisão domiciliar.

Emboscada

A família de Olímpia, encontrada morta em um canavial na zona rural de Votuporanga, na última segunda-feira, 01, teria sido vítima de uma emboscada relacionada com tráfico de drogas. A informação é da Polícia Civil, que já começou a ouvir testemunhas do caso.

Segundo um homem ouvido na condição de testemunha, mas que é suspeito de envolvimento com o tráfico, Anderson Marinho, de 35 anos, que foi morto junto com a família, transportava uma mochila com maconha. Ele teria ido até o canavial em Votuporanga para entregá-la, mas não sabia que tudo se tratava de uma emboscada.

De acordo com o Portal UOL, pouco depois de descer do veículo para entregar a droga, Anderson foi morto a tiros. O corpo do homem foi localizado a cerca de 15 metros do carro. Para a polícia, o suspeito de cometer os assassinatos não sabia que a esposa e a filha do homem aguardavam no veículo.

Mirele Regina Beraldo Tofalete, de 32 anos, foram mortas com tiros de pistola 9 milímetros, disparados de fora para dentro do carro. A mulher estava com o cinto de segurança quando foi atingida e a filha do casal, Isabelly Tofalete Marinho, de 15 anos, estava sentada no banco de trás do carro. A principal suspeita é de que as duas foram assassinadas por serem testemunhas do crime.

Tentativa de chamada

Por volta das 14h10 de quinta-feira, 28, mesma data em que a família desapareceu, Isabelly, filha do casal, tentou ligar para a Polícia Militar, mas a chamada não foi completada. Os aparelhos celulares dos três mortos não foram encontrados.

Possível encontro

A família de Olímpia/SP que foi morta a tiros em um canavial em Votuporanga, no interior de São Paulo, teria marcado um encontro no local. Ou seja, os três podem ter ido espontaneamente até o lugar onde aconteceu o crime. Essa é uma das linhas de investigação da Polícia Civil.

O delegado de polícia Everson Contelli, responsável pelas investigações, afirmou que existem outras hipóteses além dessa. De acordo com ele, o carro estava estacionado e não havia sinais de uma parada brusca ou algum indício de que o veículo teria chegado ao canavial após perder o controle.

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