Estavam no carro o pai, a mãe, dois avós do caçulinha: Vera, 80 anos; Euclides. 75 anos. Ambos viúvos de casamentos diferentes.
Iam para a Missa de Sétimo Dia da vovó querida, mulher de Euclides, o viúvo recente. Lembre-se: o personagem principal da história é o neto caçulinha.
Rolava o papo no carro de onde vai morar o vô Euclides que ficara naquele casarão sozinho. Precisava de uma casa menor.
Caçulinha, bom de matemática, raciocinou e lascou:
– Vó Vera mora sozinha no seu casarão; vô Euclides ficou também sozinho no casarão dele. Por que não se casam e vão morar juntos!
Aí, caro leitor, aquele silêncio! Vô Euclides, que não deixa escapar nada, chutou o balde:
-Vera, você está usando o nosso neto para me dar um recado! Isso é assédio!
Gargalhadas mil. Pai do caçulinha quase bateu o carro de tanto rir.
Era o que faltava!
ABORTO É UMA QUESTÃO MASCULINA
É fácil ser contra o aborto sendo homem. Se há uma mulher grávida, houve um homem que a engravidou. Geralmente o feto ameaçado de aborto tem um pai irresponsável. Um garanhão, um estuprador.
Sou homem, sou contra o aborto, mas nunca teria coragem de pedir para uma mulher abortar um filho meu. Mas para eu agir assim não precisa ter lei, é uma questão religiosa de foro íntimo. As igrejas devem fazer campanhas contra o aborto, mas elas não têm o direito de impor sua vontade a todas as brasileiras, querendo transformar seu ponto de vista em lei.
Criminalizar o aborto é impedir o acesso da mulher à saúde pública. Se o Estado (governo) é laico (não tem religião), não pode ser instrumento de ação de igrejas. O consumo do cigarro diminuiu significativamente apenas com campanhas. Impor a proibição do aborto dificulta a convivência entre nós, principalmente na medicina.
GAZA É AQUI
Pensamos que a guerra fica lá no Oriente Médio, em Israel, Gaza. Aqui a guerra é diária, minuto a minuto. Ela está aqui entre nós. Somando as mortes de acidentes de trânsito, nos choques entre bandidos e polícia, na morte invisível da fome, dá mais que as mortes em Gaza. As mortes pingam noticiários policiais em cada cidade. Se o telespectador analisar cada imagem da TV mostrando Gaza, percebe que a vida dos palestinos era cheia de sobressaltos, mas os equipamentos urbanos existiam, bem mais que nas favelas brasileiras.
Parodiando a música Haiti:
Pense em Gaza
Reze por Gaza
Gaza é aqui
Gaza não é aqui
Somos todos gaseificados pela indústria armamentista, disparando balas perdidas e mísseis dirigíveis.