Em um julgamento concluído no início da noite de quinta-feira (13), o Tribunal do Júri de Birigui (SP) condenou Washington Elias Relíquias de Souza Sarmento, de 31 anos, a 42 anos, 5 meses e 12 dias de reclusão em regime fechado. Ele foi considerado culpado pelo homicídio duplamente qualificado de Jimmy Pereira da Silva, 21 anos, e Caroline Batista Froes, 22 anos, além do crime de ocultação de cadáver. Sua namorada, Kathlen da Silva Ferreira, 22 anos, recebeu uma pena de 1 ano, 4 meses e 10 dias em regime aberto pela sua participação na ocultação dos corpos.
O crime ocorreu na madrugada de 22 de novembro de 2023. A noite começou com um encontro entre os réus e as vítimas em uma lanchonete e, posteriormente, em uma loja de conveniência, onde consumiram bebidas alcoólicas e cocaína. O grupo então se dirigiu à residência de Washington e Kathlen, uma edícula nos fundos da casa do pai da acusada, no bairro Parque das Nações.
No local, o consumo de drogas continuou, e o que se seguiu foi um ato de extrema brutalidade. Sob o efeito das substâncias, Washington atacou Jimmy com 13 facadas, a maioria no tórax e abdômen, e uma fatal no pescoço. Caroline foi morta em seguida, com dois golpes de faca no pescoço, além de uma lesão no olho direito.
Após os assassinatos, o casal envolveu os corpos em lençóis, limpou a cena do crime e escondeu os cadáveres em um quarto, sob um colchão. As roupas e documentos das vítimas foram descartados em sacos de lixo, e os dois fugiram da cidade. Os corpos só foram encontrados no dia 23 de novembro, um dia após o crime.
Meio cruel
O julgamento foi presidido pela juíza Moema Moreira Ponce Lacerda, com a acusação a cargo do promotor de Justiça Rodrigo Mazzilli Marcondes. A denúncia do Ministério Público destacou a natureza hedionda dos atos:
O crime foi cometido com emprego de meio cruel e recurso que dificultou a defesa das vítimas, já que ambas foram atacadas quando estavam despidas e sob efeito de drogas, sem possibilidade de reação.
Esta qualificadora foi decisiva para a condenação de Washington por homicídio duplamente qualificado, resultando na pena de mais de 42 anos de reclusão. A sentença de Kathlen, por sua vez, reflete sua participação específica na ocultação dos corpos, um crime acessório aos brutais assassinatos cometidos por seu parceiro.



