Nesta quarta-feira (5), durante a Operação Greenwashing, a Polícia Federal (PF) realizou apreensões significativas em Birigui (SP), incluindo dois aviões: um bimotor e um Jato Cessna Aircraft, modelo Citation JET 525, avaliado em até R$ 10 milhões. As ações fazem parte de uma operação coordenada pela Diretoria da PF da Amazônia, com apoio da Polícia Federal de Araçatuba.
Detalhes das Apreensões e Investigações
O Jato Cessna está registrado em nome de um empresário identificado como produtor rural. O empresário possui ligações com várias empresas espalhadas por diferentes estados brasileiros, incluindo Amazonas, Mato Grosso, Roraima e São Paulo.
A operação, que é liderada pela PF da Amazônia, tem como objetivo combater um esquema de fraudes fundiárias e venda ilegal de créditos de carbono em áreas invadidas da União. A investigação revelou que a organização criminosa teria faturado cerca de R$ 180 milhões através de atividades ilícitas que se estenderam por mais de uma década.
Cumprimento de Mandados
A 7ª Vara Federal da Seção Judiciária do Amazonas emitiu cinco mandados de prisão preventiva e 76 mandados de busca e apreensão, distribuídos por vários estados, incluindo Rondônia, Amazonas, Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo. Em Araçatuba, dois mandados de prisão e quatro de busca e apreensão foram executados, sendo que um dos presos é considerado um dos principais alvos da operação.
Esquema de Grilagem de Terras
As investigações revelaram que o grupo criminoso, especializado em grilagem de terras e venda de créditos de carbono, utilizava métodos como duplicação e falsificação de títulos de propriedade para apropriação ilegal de terras públicas, totalizando cerca de 538 mil hectares. Entre 2016 e 2018, a organização expandiu suas atividades, inserindo dados falsos no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) com a colaboração de servidores públicos.
Crimes Ambientais e Econômicos
O grupo é acusado de várias atividades ilegais, incluindo:
- Exploração florestal e pecuária em áreas protegidas.
- Criação de gado “fantasma” para burlar restrições ambientais.
- Venda de créditos virtuais de madeira.
- Obtenção de licenças ambientais fraudulentas.
Estima-se que a exploração ilegal de madeira tenha gerado um dano ambiental de aproximadamente R$ 606 milhões. Além disso, a organização obteve cerca de R$ 820 milhões em terras griladas.
Medidas Judiciais e Bloqueios
Além das apreensões e prisões, a PF está cumprindo 108 medidas cautelares diversas da prisão, incluindo suspensões do exercício de funções públicas, suspensões de registro profissional no Crea, e bloqueios de emissão de Documentos de Origem Florestal (DOF). Também foi determinado o sequestro de bens no valor de R$ 1,6 bilhão.
Apoio Institucional
A operação conta com a colaboração do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Receita Federal, Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de acadêmicos e profissionais de registro de imóveis.
A Polícia Federal segue com as investigações e cumprimento das medidas judiciais, visando desmantelar a organização criminosa e mitigar os danos ambientais e econômicos causados.