Publicações ofensivas contra o ex-prefeito de Birigui, Cristiano Salmeirão (Avante), estão sendo investigadas pela Justiça Eleitoral. As postagens foram feitas na página “Ana Rita”, no Facebook, e teriam utilizado o sinal de internet da Prefeitura de Birigui. Salmeirão é candidato nas eleições municipais que ocorrerão no dia 6 de outubro.
A Justiça Eleitoral ordenou que as postagens fossem removidas da rede social e, em resposta ao pedido de identificação dos responsáveis pelas publicações, a origem foi atribuída à internet da administração municipal. A revelação levanta suspeitas sobre o possível uso inadequado da rede pública para fins eleitorais.
No início deste ano, uma Comissão Processante (CP) na Câmara Municipal investigou a existência de um suposto “Gabinete do Ódio”, baseado em um áudio atribuído ao atual prefeito Leandro Maffeis (Republicanos). No áudio, Maffeis sugeria ativar o gabinete para lidar com opositores. A CP foi arquivada por unanimidade, com a defesa do prefeito alegando que o comentário foi uma brincadeira sem direcionamento específico.
A representação contra a página “Ana Rita” foi movida pelo jurídico da campanha de Salmeirão. O advogado Renato Ribeiro de Almeida solicitou a remoção das postagens e a aplicação de multas que variam de R$ 5.000 a R$ 25.000, conforme a legislação eleitoral. Em 15 de agosto, a Justiça Eleitoral concedeu uma liminar, reconhecendo que as publicações continham ofensas à honra de Salmeirão.
Entre as postagens ofensivas estava uma alegação falsa de que Carlito Vendrame, candidato a vice-prefeito na chapa de Salmeirão, estaria inelegível. A informação foi rapidamente desmentida e a postagem apagada, mas não antes de ser compartilhada em grupos de WhatsApp.
Embora a Justiça tenha ordenado a remoção das postagens, o pedido de proibição de novas publicações foi negado, pois a Justiça considerou inviável o controle prévio sobre o conteúdo publicado. Além disso, foi determinado que o Facebook fornecesse dados cadastrais dos responsáveis pela página “Ana Rita”.
A Justiça Eleitoral também intimou a provedora de internet para que fornecesse os dados do usuário responsável pelas postagens. Até o momento, a apuração identificou que a conexão de internet utilizada para as publicações partiu da Prefeitura de Birigui.
Em nota, a Prefeitura de Birigui declarou desconhecer o uso de seu sinal de internet para as postagens e afirmou que ainda não foi notificada oficialmente sobre o caso. A administração ressaltou que qualquer pessoa que tenha acesso ao Wi-Fi do prédio poderia estar ligada às postagens, sem necessariamente ser um servidor público.
A investigação prossegue para identificar o responsável pelo uso da rede pública e esclarecer as circunstâncias do envolvimento da Prefeitura no caso.