Prefeita de Birigui mantém intervenção na Santa Casa e nomeia novos gestores

Foto: Santa Casa de Birigui/Divulgação

A prefeita de Birigui, Samanta Borini (PSD), anunciou na quinta-feira (2) um decreto que mantém a intervenção na Santa Casa da cidade e nomeia novos gestores para a instituição. Com a publicação, Miguel Buzahr Neto, que estava à frente da intervenção desde 22 de agosto de 2024, será substituído por Fernando Gonçalves Silva. Além disso, foram designados novos responsáveis pelas áreas administrativa e clínica do hospital.

Os novos nomeados incluem Juarez Dezuani Dias de Oliveira, como diretor clínico; Erastos Cristiano Ochiai Brancalhão, como diretor técnico; Sirlei de Paula Pereira, como gestor assistencial; e Paulo Eduardo Rocha Fornari, como gestor jurídico. As mudanças refletem a continuidade da intervenção, que visa resolver a grave situação financeira enfrentada pela Santa Casa.

O decreto também detalha a evolução da intervenção, que foi prorrogada em 15 de agosto de 2024, com validade de 180 dias. A prorrogação terá fim em 10 de fevereiro deste ano. A principal justificativa para a manutenção da intervenção é o acúmulo da dívida do hospital, que, nos últimos dois anos, cresceu em 27%.

Conforme os documentos do decreto, a dívida do hospital saltou de R$ 46.245.657,83, registrada no relatório de fevereiro de 2022, para R$ 58.912.282,53, de acordo com a resposta de um ofício datado de 27 de dezembro de 2024. Esse aumento de aproximadamente R$ 12,7 milhões é um dos fatores que reforçam a necessidade de uma intervenção mais rigorosa na gestão financeira do hospital.

Com 120 leitos de internação, dos quais 76 são destinados ao Sistema Único de Saúde (SUS), a Santa Casa oferece serviços médicos em diversas especialidades, incluindo clínica médica, cirúrgica, ginecologia e obstetrícia, ortopedia, pediatria e UTI. A unidade é um importante centro de saúde, atendendo não apenas Birigui, mas também cidades vizinhas, como Brejo Alegre, Bilac e Coroados, atendendo uma população de mais de 187 mil habitantes.

O decreto também revela que desde outubro de 2021, a Santa Casa não tem conseguido recolher os tributos sobre a folha de pagamento dos seus empregados, incluindo INSS e FGTS, devido à falta de recursos financeiros. Isso ocorre, apesar do convênio firmado entre a Irmandade e a Prefeitura, que visava cobrir as despesas com o pagamento de salários.

Além disso, a Santa Casa enfrenta uma grave crise de liquidez, com uma dívida vencida de R$ 6.323.860,37 com fornecedores e outra a vencer no valor de R$ 715.507,52, com a possibilidade de acréscimos diários devido a novos lançamentos. A instituição também possui um passivo judicial de cerca de 600 processos, o que agrava ainda mais a situação financeira e compromete a operação do hospital, com penhoras sobre o faturamento, bens móveis e imóveis.

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