As vendas do comércio varejista na região de Araçatuba devem registrar um crescimento de 11% em 2024, conforme projeções da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomercio) de São Paulo. Se confirmada, a receita do setor atingirá R$ 21,9 bilhões, o maior resultado desde o início da série histórica, em 2008.
A região deve ter o terceiro melhor desempenho entre as 16 analisadas no Estado, cujo crescimento médio projetado é de 9%. Contudo, o aumento se dá sobre uma base de comparação fraca, já que em 2023 as vendas cresceram apenas 2,7% em relação ao ano anterior.
Destaque por setores
O crescimento deve abranger oito das nove atividades do varejo. Supermercados, farmácias e perfumarias e lojas de vestuário, tecidos e calçados lideram as projeções. O setor automotivo também se destaca, com as concessionárias de veículos mantendo uma trajetória positiva desde 2023 e o segmento de autopeças e acessórios prevendo o maior faturamento da história após uma recuperação.
Por outro lado, lojas de móveis e decoração podem apresentar queda nas vendas em 2024, único setor com projeção negativa.
Geração de empregos impulsiona consumo
A queda do desemprego e a geração de empregos formais impulsionam o desempenho do varejo. Dados nacionais apontam que a taxa de desemprego caiu para 6,2% entre agosto e outubro, menor índice desde o início da série em 2012. Além disso, mais de 2,1 milhões de vagas formais foram criadas no Brasil entre janeiro e outubro deste ano, elevando o número de consumidores ativos.
O décimo terceiro salário também é visto como um fator crucial para a alta no consumo, especialmente no período natalino.
Natal promissor
Em dezembro, mês do Natal, as vendas no varejo de Araçatuba devem crescer 23%, alcançando faturamento de R$ 2,3 bilhões. Supermercados e lojas de vestuário, tecidos e calçados são os principais responsáveis por esse incremento.
Apesar das boas expectativas, a Fecomercio alerta que faturamento não equivale a lucro, pois muitos lojistas continuam operando com margens apertadas para preservar a clientela. A entidade recomenda cautela na formação de estoques e contratações diante das incertezas econômicas.
Riscos e desafios
A alta da inflação, acima do teto da meta do Banco Central, e a taxa de juros em 12,25% pressionam o poder de compra das famílias e encarecem o crédito. Além disso, incertezas na política fiscal e no corte de gastos do governo dificultam o planejamento empresarial.
“Os empresários devem priorizar o reforço de caixa e preparar-se para um cenário desafiador em 2025”, destacou a entidade em nota à imprensa. Apesar do otimismo moderado para 2024, a Fecomercio reafirma a importância de uma gestão cuidadosa e estratégica para lidar com os desafios futuros.