Os moradores de Glicério, município situado no interior de São Paulo, têm expressado preocupação devido às alterações observadas na água do Ribeirão Bonito. Relatos apontam para mudanças na cor, odor forte e textura grossa da água.
Para José dos Reis Pereira, a situação é desanimadora: “Era limpa a água, a gente pescava, mas agora a gente está sendo atado por causa da sujeira, mau cheiro. A gente fica triste, não tem como a gente se animar”. Fausto Urives compartilha a mesma preocupação e relata que está considerando deixar a região devido ao mau cheiro que prejudica a qualidade de vida.
A ecóloga Adriana de Castro explica que as mudanças na água podem ser atribuídas à floração de microrganismos, como as cianobactérias, que ocorrem naturalmente em ambientes aquáticos. Sob condições ideais de temperatura e incidência solar, esses microrganismos se reproduzem em grande quantidade, conferindo à água um tom esverdeado.
A presença de nutrientes, especialmente fósforo e nitrogênio, provenientes de fertilizantes e tratamento de esgoto, pode desencadear um fenômeno chamado eutrofização, uma forma de poluição das águas que pode ser prejudicial à vida aquática. Adriana destaca a importância de realizar um diagnóstico ambiental nessas situações.
Em resposta às preocupações dos moradores, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) emitiu uma nota orientando para que as pessoas evitem o contato e o uso da água afetada. A instituição também garantiu que mantém a fiscalização e está atenta a reclamações e denúncias para identificar possíveis fontes de poluição.