Sem limites, sem divisas e sem fronteiras

Hélio Consolaro
Hélio Consolaro
Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor, 75 anos. Oito livros publicados. Membro da Academia Araçatubense de Letras, foi vereador e secretário municipal de Cultura por oito anos.
Foto: Arquivo | Hélio Consolaro

Em todo primeiro de janeiro comemora-se “O Dia Mundial da Paz”, instituído pelo Papa Paulo VI em 1967. Nós, cristãos, pelo menos católicos, não podemos ver esse dia apenas como mais um no calendário. Vestir-se de branco nesse dia é uma simbologia, a da paz. 

Paz não é apenas ausência de guerra. O Brasil, por exemplo, não está em guerra com nenhum outro país porque somos adeptos da “geopolítica da paz”, nossa diplomacia evita conflitos entre as as nações. Acha a guerra uma aberração, por isso o presidente Lula se pronuncia sobre qualquer conflito como ausência de diálogo.

Pelo menos na teoria, o Brasil sempre adotou a geopolítica da paz. O presidente Lula, que sabe ser a pobreza um desrespeito ao meio ambiente, abraça com mais empenho a bandeira da paz. Que todos os brasileiros tenham vida em abundância, abaixo a miséria, solidariedade entre nós. Viver e deixar o outro a viver também. 

Essa bandeira da paz acaba virando uma luta política, porque a direita (gente do mercado) não aceita inclusão de todos na economia brasileira, é contra a justiça social. Sempre viveu da exploração do ser humano pelo ser humano, uma economia de privilégios.    

Atualmente o conceito de “geopolítica da paz” engloba também o ambiente, a criação de um sistema de respostas para os desafios da instabilidade do ambiente internacional. 

Não sei se o caro leitor já se pôs a pensar quanto que um conflito armado destrói o ambiente no mundo, principalmente entre os países envolvidos. Dá para falar em meio ambiente na Faixa de Gaza ou na Ucrânia com tudo em ruínas?

Não estamos em guerra com outros países, mas temos um compromisso interno para que todos vivam bem, pois somos filhos do mesmo Deus. O lema da direita egoísta é “Deus, família e propriedade”. As pessoas de boa vontade querem “Deus, família e solidariedade”. 

O ex-presidente Jimmy Carter, falecido aos 100 anos de idade, deixou sua voz gravada no “disco de ouro” das sondas Voyager em 1977 uma mensagem para o futuro: “Estamos tentando sobreviver ao nosso tempo para que possamos viver no seu“. 

Nas festividades de Natal e Ano-Novo, o Brasil viveu um grande congraçamento de norte a sul, leste a oeste. Longe de ser o ideal, mas um bom sinal de que os tempos mudaram: em lugar da guerra, a cultura da paz.

Que a geopolítica da paz supere a visão estreita do nacionalismo, sem limites, sem divisas e sem fronteiras. Ou melhor, sem cercas.   

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