Todos os pacifistas num só hino

Hélio Consolaro
Hélio Consolaro
Hélio Consolaro, professor, jornalista e escritor, 75 anos. Oito livros publicados. Membro da Academia Araçatubense de Letras, foi vereador e secretário municipal de Cultura por oito anos.
Detalhe dos painéis
Detalhe dos painéis "Guerra e paz", de Cândido Portinari, instalados na sede da ONU

Não pretendia escrever sobre essa coisa nojenta, a guerra. Não resisti diante de tanta hipocrisia. Se aquela agressão mútua não for uma agressão ao meio ambiente, o desflorestamento da Amazônia é ação de anjos celestiais.

Bem que me disseram que na política se revela o ápice da tragédia humana. E a guerra é o coroamento da atividade política. Não chegamos a tanto nos quatro anos de Bolsonaro, mas nos avizinhamos.  

A guerra é fato bem humano, cheio de humanidade. Não vou dizer que tribal, porque os canibais são mais dignos; nem vou menosprezar os animais, chamando a guerra de coisa animalesca. Os quadrúpedes não merecem tanta desonra.  

Gaza é a favela de Israel. Usei o termo favela para chocar o leitor, também temos a nossa Gaza. Entre as favelas brasileiras e as partes nobres das cidades, há um cerca invisível, uma barreira socioeconômica. 

Lá em Israel a apartação é escancarada, feita com cercas elétricas e outros equipamentos. Bem parecido com o muro de Berlim. O ser humano é bem isso: todos são irmãos, mas nunca se juntam. Essa separação é descarada em certos lugares, disfarçadas noutros.

“Gaza é a única favela do mundo que pode desencadear uma guerra mundial e nuclear. 73% dessa população é refugiada da limpeza étnica que ocorreu entre 1947 e 1951” – palavras presidente da Federação Árabe Palestina do Brasil (FEPAL), Ualid Rabah. As palavras dele são reveladoras, mas não tem razão, faz parte da violência.

Assumindo qualquer lado, você caro leitor, é tão mau como o lado assumido. A posição mais correta é gritar pela paz, ser agente da cultura da paz, denunciar a insanidade. Não colabore com a violência. 

Estava esse cronista perdido, niilista, sem esperança, eis que jogaram no meu nariz a música “Cuida da Terra“. 

Cuida do céu!/ Cuida do ar!/ Cuida do sol/ E do luar!
Cuida das águas,/ Rios e mar,/ Sem poluir,/ Contaminar!
Cuida também/ Dos animais, Que tanto bem/ Eles nos fazem!
Cuida da Terra!
Cuida bem, sim,/ Sem ser feroz!/ Cuida de mim!/ Cuida de nós!
Cuida agora!/ Cuida, sim,
Que o amanhã/ Não terá fim!
Lembra de Deus,/ O Criador./ Foi Ele quem/ Tudo criou.
Cuida da Terra!
Cuida do mundo!/ Cuida da Vida! 
Cuida de nós!/ Cuida da Terra!
Cuida do céu!/ Cuida do ar!
Cuida do sol/ E do luar!
Cuida das águas,/ Rios e mar,/ Sem poluir,/ Contaminar!
Cuida também/ Dos animais,/Que tanto bem/ Eles nos fazem!
Cuida da Terra!
Cuida bem, sim,
Sem ser feroz!
Cuida de mim!
Cuida de nós!
Cuida agora!
Cuida, sim,
Que o amanhã
Não terá fim!
Lembra de Deus,
O Criador.
Foi Ele quem
Tudo criou.
Cuida da Terra!
Cuida do mundo!/ Cuida da Vida!
Cuida de nós!/ Cuida do mundo!
Cuida da Vida!/Cuida de nós!/Cuida da Terra!

Alguém me chamou atenção de que o clipe é da LBV – Legião da Boa Vontade. E daí? 

Quem é pela guerra não cuida do planeta. Nesse momento em que o planeta está desesperado (e eu junto), precisamos juntar todos os pacifistas num só hino. 

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