O Tribunal do Júri de Araçatuba (SP) condenou três réus envolvidos no assassinato de Santo Lodete Filho, ocorrido em 17 de outubro de 2015, em uma chácara no bairro Arco-Íris. Ana Caroline Silva de Souza, na época companheira da vítima, recebeu uma pena de 6 anos e 8 meses de prisão em regime semiaberto. Seu cunhado, José Cícero da Silva Lima, foi condenado a 6 anos, 7 meses e 5 dias no mesmo regime. O terceiro réu, Mauro Sérgio Miranda, conhecido por trabalhar na chácara vizinha à da vítima, recebeu uma pena de 6 anos e 3 meses.
As penas foram reduzidas após os jurados reconhecerem que os réus agiram sob um relevante valor social e moral, considerando que Santo Lodete Filho tinha um histórico de comportamento violento. Este reconhecimento foi solicitado tanto pela acusação, representada pelo promotor Adelmo Pinho, quanto pela defesa, que incluía os advogados Flávio Batistella, Daniel Madeira dos Santos e Maria Eduarda Bansi Bonafe. No entanto, os jurados rejeitaram a qualificadora de emboscada, o que levou a Promotoria de Justiça a anunciar a intenção de recorrer.
De acordo com a denúncia, uma semana antes do crime, Ana Caroline havia feito uma denúncia anônima sobre a presença de uma arma de fogo na casa da vítima. Embora a polícia tenha realizado buscas, a arma não foi encontrada. José Cícero, ao ver Lodete Filho enterrar um revólver calibre 38 após as buscas, desenterrou a arma e, junto com Ana Caroline e Mauro, planejou o assassinato.
Na manhã do crime, Santo Lodete Filho foi inicialmente baleado por Mauro Sérgio e, em seguida, golpeado com um facão por José Cícero. Ana Caroline aguardava dentro da residência. O corpo da vítima foi encontrado com um grande corte no pescoço, sugerindo que os réus tentaram decapitá-lo, mas desistiram.
Os réus foram presos em agosto de 2021 após uma investigação conduzida pela Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DH/Deic). Eles confessaram o crime, alegando que Lodete Filho era agressivo e havia ameaçado a ex-companheira. Apesar de a defesa ter conseguido o afastamento da qualificadora de emboscada e o reconhecimento do relevante valor moral e social dos réus, recorrerão para tentar uma redução das penas. Enquanto aguardam o julgamento dos recursos, os réus permanecem em liberdade.